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Terezinha Poly: A tragédia de Guajuvira

Em primeiro lugar, apenas a título de esclarecimento, as fotos que estaremos postando hoje não representam saudades, mas sim, uma lembrança triste de um fato que jamais será esquecido, principalmente pelos moradores do Distrito de Guajuvira, a quem apresentamos nossos respeitos e homenageamos à sua luta e coragem de enfrentar a tristeza da tragédia e continuar suas vidas sem jamais desistir de seus valores.

O dia 8 de dezembro de 1988 era um dia normal de verão e como todos os anos, o que mais era lembrado era a proximidade do Natal. Guajuvira é um lugar calmo, habitado por pessoas simples, ordeiras e trabalhadoras, uma área rural onde praticamente todos os moradores se conhecem, o dia começou como todos os outros, a estrada de ferro passa perto das fábricas de palhões e da olaria, era um dia de semana e as pessoas trabalhavam normalmente, as dezenas de vagões passavam como sempre e todos já tinham como parte natural da rotina, até que um acidente e um descarrilamento ocorreu e uma das composições transportando combustíveis e fazia o trajeto, causou uma grande explosão.

O barulho e o fogo trouxeram grande sensação de pânico e incredulidade, o fogo se alastrava rapidamente, e a correria e o medo de repente tomou conta de todos moradores do pacato Distrito. Houve correria, as pessoas foram tomadas pela surpresa de algo que jamais imaginaram acontecer. O fogo durou horas, os rolos de fumaça escura subiram alto, o centro da cidade de Araucária/PR. à qual Guajuvira faz parte, via-se aquela fumaça que anunciava uma grande tragédia.

Dezenas de caminhões do Corpo de Bombeiros, equipes da Estatais de água e luz, da Rede Ferroviária e muitos voluntários, uniram-se aos moradores para combater o fogo. A tragédia ocorrera.

Da Família Metzger uma das jovens mães (Orlete em memória) perdeu a vida junto com seu filho de colo ao ser atingida por uma nova explosão, mesmo tendo sido socorridos, não resistiram. Muitas pessoas se dirigiram ao Rio Iguaçu para se protegerem nas águas. A luta foi grande, a resistência e o retorno a vida que não seria mais normal foram maiores ainda.

Hoje essa tragédia completa 35 anos. A lembrança ainda está viva na memória de todos, pontos que foram destruídos não puderam ser refeitos, as vidas perdidas serão para sempre lembradas.

Mas uma construção permaneceu intacta: a chaminé de 35 metros da Cerâmica Guajuvirense que até hoje está no local como testemunha silenciosa. Das vítimas com queimaduras, alguns já são de saudosas memórias, até o fim de suas vidas, a lembrança permaneceu. A todos nossos eternos respeito.

Edição n.º 1393

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