Uma visita inesperada

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Iéron uma sete da nóite mais ou ménos quando iéu percebéu uma fumaça vindo da direçon do porton, iéu méio que assustado inchéu balde de água no poço pensando que incêndio sendo e pra lá coréndo fói pra fógo apagar antes de mais estrago acontecéndo. Quando no portón se achegando um altomóve com tampa do motor aberta e fumaça saiéndo, zoiô prum lado, zoiô pra ótro e nom viu ninguém, non pensô duas véis, jogô balde de água no motor que baruio de fero retorcido escuitado. Féis uma fumacéra maior ainda que com ceraçon se parecéndo, no méio da neblina um vulto fói aparecendo, fói se achegando, fói se achegando, fói se achegando e quando aparecéu iéu quase estauta virando. A móça mais bunita que iéu viu na vida ali estando, morenona dos cabélo escorido e cumprido, com um vestido préto curtinho colado no corpo, um degóte que os péito parecéndo que íon sair pra fóra, bunduda, com um salto alto que dois métro de muiér parecéndo, os lábio com baton na cor de xaxixon verméio, os zóio pintado, os brinco brilhando, botón da calça arenbentô na hora. Iéla estando com um cebular na mon e veio perguntando pra iéu, com aquela vóis róca e suave que ném pena de ganso, se iéu impretava o telefônico pra iéla pedir socóro que sinal de cebular non dando. Iéu uns dois minuto ficô tentando fazér que vóis saiésse da boca, méio gaguejando que némi perú falô pra iéla que telefônico non tendo e tóre de cebular na roça também non tendo, único telefônico que tendo é o oreión do armazém, mais uns tréis quilómetro ficando. Iéla enton falô que non pedéndo caminhar com salto alto na estrada de téra e méio que chorando preguntô se iéu enton non aranjava uma cama pra iéla drumir, que iéla non indo incomodar e qualquer lugar sirvindo e que nótro dia iéla chamava o socóro. As perna de iéu ficaron tremendo, e com as mon na frénte da calça, com guspo seco na garganta engulindo, féis que sim com cabéça. Iéu falô enton que janta na mésa estando e tendo porçon pra duas pessoa, iéla méio que recusando pra non incomodar acabô aceitando proqué com fome e sede estando. Sentemo na mésa e iéla mésmo com fome estando, comeu dois praton de macaron com frango no móio. Iéla falando que non sabendo como agradecer cóisa que iéu féis que dinhéro non pagava e jogô um olhar dénto dos meus zóio que da cadéra iéu quase caiéndo, começô a morder os lábio carnudo, déu piscada, passô língua molhando os lábio e preguntô se iéu queréndo, iéu queréndo fazér , fazér, aquilo, vossé sabe né? Aquilo que os casado fazem depóis que as criança dorme. Iéu congelado, Graças a Déus sentado estando proqué ótro boton da calça arebentando, pensando que iéra sónho déu dois biliscon nos braço que roxo ficando, viu que sónho non iéra ton duído enton balançô cabéça dizendo que sim. Iéla enton falô que antes no banhéro precizando ir, iéu indicô caminho da casinha e fói iéla seguindo. Quando iéu viu casinha, com porta aberta, iéla de pé de escósta para iéu, com saia alevantada, mijando que ném home, eu saiéu coréndo. Bém, acho que iéla drumiu em casa mésmo, iéu voltô só nótro dia, no mato nóite passando. Desgracéra mésmo!!!!

Publicado na edição 1260 – 06/05/2021

Uma visita inesperada
Uma visita inesperada 1
Compartilhar
PUBLICIDADE