Jesus te ama, Jesus me ama — e não existe “reza braba” capaz de mudar isso!

— Credo, Vando… Jesus amaria você, que é gay e espiritualista?

— Exatamente! Jesus ama a humanidade toda. Não apenas a minha existência, mas também a do pastor de peruca loira, do evangélico, das travestis nos semáforos noturnos, dos espíritas, dos padres, das mães de santo, dos povos de terreiro, dos presidiários… Ele ama todos. E deseja que todos sejam salvos de seus demônios pessoais.

— E Jesus teria a audácia de misturar todas essas figuras no mesmo balaio?

— Acredita que sim? Atrevido, não? Segundo Ele, na casa do Pai há muitas moradas. E, como bom pastor, está encarregado de unir essa turma — que não será de um único lugar, etnia ou crença.

— E abraçaria uma drag queen se a visse desfilando na rua?

— Amorosamente a abraçaria. Entraria na casa dela e se sentaria com ela como um amigo íntimo. Sabe que uma vez quiseram apedrejar uma mulher em praça pública, por ser adúltera? Ele fez a multidão refletir sobre si mesma antes de apontar dedos e trazer julgamentos a quem quer que fosse.

— E você, conheceu Jesus como, Vando?

— Conheço de perto. Aos 12 anos, numa igreja católica, quando ouvi o padre dizer que Ele morreu por amor a todos. Aos 16, por milagres e revelações numa igreja evangélica. Aos 22, como filosofia, no espiritismo kardecista. Aos 23, no crucifixo e na prece de um Preto-Velho na Umbanda. Aos 27, no Candomblé, nas doações organizadas às comunidades carentes. E aos 31, em conexão com a natureza, no xamanismo.

— Caramba! Eu achei que Ele só frequentava a mesma religião…

— Jesus, fisicamente, não ergueu nenhuma igreja. Não se restringe a espaços físicos. Ele é luz que acompanha sentimentos e propósitos. É símbolo de amor universal presente nas consciências humanas e em praticamente todas as religiões que O respeitam como mensageiro da paz, do amor e da união dos povos.

— Jesus é muito “woke”, então!

— É inclusivo quando pensa em salvar a humanidade de suas sombras. Milita pela redenção da ignorância espiritual dos seres humanos.

— E você não tem medo de não ser salvo ou de ir para o inferno?

— Não. Encontrei meu paraíso na responsabilidade espiritual de espalhar a mensagem do amor universal a quem quer que seja. Salvei-me da mediocridade ideológica e foquei apenas em Jesus.

— E se te acharem louco?

— Não tem problema. Parece que Deus gosta de entregar tesouros aos loucos e escondê-los dos sábios.

— E se te criticarem, ofenderem por pensar assim?

— Ficarei ainda mais forte e convicto do meu papel, porque não fui covarde. No Evangelho Segundo o Espiritismo há uma passagem interessante: “A coragem de opinião sempre foi considerada entre os homens, porque há mérito em afrontar os perigos…”. E palavras de Jesus: “Todo aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu o reconhecerei e confessarei também”.

Minha intenção nesta conversa não é transformar o Jesus que você conheceu no que eu conheço, nem mudar a forma como você O concebe. Quero apenas deixar claro: Ele não é exclusivamente seu, nem unicamente meu. Ele é nosso — e de toda vida que acreditar na Sua luz, independente do juízo religioso ou moral que se faça sobre a pessoa. Surpresas no juízo final? Deixa Jesus fazer a revelação dos “amigos-secretos” Dele! Rezemos apenas para estar lá.

Palavras de Jesus, no livro de Mateus (11:28): “Vinde a mim, vós todos que estais cansados e aflitos, e eu vos aliviarei.”

A Riqueza da Alma desta semana eu ofereço a Jesus, que ama a humanidade inteira. Sigam o @Dele hoje numa prece.

Edição n.º 1479.