Volta das aulas presenciais no pior momento da pandemia é ameaça a vida

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Esta Coluna é de responsabilidade do Sismmar e não representa necessariamente a opinião do jornal O Popular

Nesta terça-feira (04), o governador Ratinho Jr anunciou que a rede estadual de ensino do Paraná terá uma volta gradativa das aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira (10). O que Ratinho propõe no pior momento da pandemia é que seja implantado o modelo de ensino híbrido nas escolas estaduais, no qual parte dos alunos voltam às aulas presenciais e a outra parte segue com o ensino remoto.

Segundo o governador, a decisão foi tomada porque houve queda nos índices de transmissão da Covid-19 no estado. Porém, Ratinho ignora que ainda há muitos riscos à vida da comunidade escolar com o retorno presencial antes da vacinação dos trabalhadores e de toda a população. Até o momento, apenas 8% da população paranaense está imunizada com a primeira e a segunda dose.

O mês de abril foi o mais letal no Brasil desde o início da pandemia, com 82.401 pessoas mortas em decorrência das complicações da Covid-19. Devido ao descaso do governo Bolsonaro com as medidas de combate ao coronavírus e a compra de vacinas, milhares de brasileiros seguem morrendo todos os dias, enquanto outros milhares seguem lutando pela vida no tratamento da Covid-19.

Portanto, não há como garantir que um retorno presencial nas escolas antes da imunização completa dos trabalhadores e da população seja seguro. Ao permitir a retomada das aulas presenciais a partir da próxima semana, o governador Ratinho e a Secretaria Estadual de Educação colocam a vida de todos os paranaenses em risco, já que o espaço de circulação de trabalhadores e alunos não se restringe à escola.

Diversos são os estudos científicos que comprovam que há novas cepas (variantes) muito mais infecciosas e transmissíveis circulando pelo estado, como a cepa de Manaus. Os políticos, os veículos de comunicação e os empresários que defendem o retorno presencial neste momento tentam passar a falsa sensação de segurança para os pais e responsáveis porque têm interesses econômicos e tratam vidas como meras mercadorias.

É importante ressaltar que o retorno dos estudantes às escolas não é obrigatório. O governador Ratinho joga a responsabilidade para os pais e responsáveis pelos estudantes, que terão que assinar um termo de compromisso para que as crianças e adolescentes voltem às unidades de ensino. O governo se exime da responsabilidade justamente porque sabe do perigo do retorno presencial neste momento.

De acordo com estudo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), as novas variantes do coronavírus podem ter influenciado no aumento da contaminação em crianças. Nos três primeiros meses do ano, o Hospital Pequeno Príncipe, referência pediátrica em Curitiba, registrou mais de 400 atendimentos mensais de casos suspeitos de Covid-19 em crianças e adolescentes.

Com mais de 22 mil óbitos, o Paraná é o 4º estado em que mais pessoas morreram devido ao coronavírus. Em Araucária, já são 307 óbitos (até terça-feira 04/05), entre eles o de uma criança e o de um adolescente.

Diante desses fatos, é realmente seguro que os estudantes voltem para as aulas presenciais já na próxima semana?
Os trabalhadores da educação seguem firmes na luta em defesa da vida! Retorno seguro somente com vacina para todos e todas!

Publicado na edição 1260 – 06/03/2021

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