Araucária viveu recentemente um período de efervescência no seu setor cultural, a partir do lançamento dos vários projetos dos artistas locais que foram produzidos com recursos da Lei Paulo Gustavo. Esses trabalhos envolveram áreas como a música, dança, artes digitais, ficção, documentários, webseries, entre outros, contemplando a diversidade das manifestações culturais e artísticas e também fatos sobre a história da cidade.

Segundo a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, foram 23 projetos beneficiados pela Lei PG de Incentivo à Cultura, sendo que alguns artistas e produtoras lançaram mais de um trabalho (confira a lista no destaque). Três desses projetos serão detalhados neste Especial de Aniversário, dois deles que trazem como temática os povos originários e outro que conta um pouco sobre a história da Casa do Cavalo Baio.

SÉRIE “ENCONTRE TINDIQUERA!”

135 anos: Povos originários inspiraram documentários e webseries produzidos por araucarienses
“Encontre Tindiquera!” retrata a jornada fascinante em busca da lendária terra dos índios tinguis.

A série araucariense da Happy End, com produção de Liz Baja e direção de Antonio Franceschi (Preto), retrata a jornada fascinante em busca da lendária terra dos índios tinguis, no que hoje é conhecida como a cidade de Araucária. A ficção histórica tem cinco episódios e conta os dias de férias de Ana, estremecidos quando a menina recebe um objeto e uma mensagem póstuma deixados por seu avô: “Encontre Tindiquera!” Dali em diante, tem início a aventura encantadora que mistura história, dramas pessoais e relações de amizade.

A série foi gravada totalmente em Araucária, com uma produção cuidadosa, tendo como cenários o Museu Tindiquera, Casa Polonesa do bairro Costeira, Represa do Passaúna, Cemitério Central e diversas ruas do centro da cidade. Através dela, as pessoas podem despertar a curiosidade em conhecer mais sobre a história de Araucária.

Apesar de muitos relatos, ninguém sabe exatamente onde ficava Tindiquera, e no decorrer dos anos, essa questão vem sendo levantada por diversos historiadores. “Encontre tindiquera!” fala de uma ponta de flecha primitiva que foi encontrada por um dos personagens na beira da Represa do Passaúna, quando aquele local estava sendo alagado. “Isso faz sentido porque quando iniciaram as obras da represa e a água começou a tomar conta da região, foi encontrado um sítio arqueológico lá. Várias pontas de flecha e outros tipos de cerâmica foram descobertos nessa região e levados para o Museu da Universidade Federal. Algumas dessas pontas e pedras de pilão estão sob a guarda do Museu Tindiquera. Então, todo esse enigma de onde era Tindiquera inspirou a série”, diz Franceschi. Confira mais detalhes no Instagram @serietindiquera.

DOCUMENTÁRIO “O MARCO ZERO É INDÍGENA, E O FUTURO TAMBÉM”.

135 anos: Povos originários inspiraram documentários e webseries produzidos por araucarienses
Ilustração: Maria Jheovana Domingues. Documentário “O marco Zero é indígena, e o futuro também” apresenta uma parte da história da cidade que não aparece nos livros.

O documentário, dirigido por Gil Vandal apresenta uma parte da história da cidade que não aparece nos livros, e fala de um passado que se faz presente no cotidiano e na identidade dos araucarienses. Revela uma pesquisa sobre os resquícios arqueológicos que atestam a presença contínua das comunidades indígenas no território de Araucária.

Com uma narrativa que transita entre o documental e a imaginação histórica, o filme desafia o discurso embranquecido e o racismo que ainda cercam os povos originários. A obra explora a luta pela permanência e a reivindicação de um presente ancestral, contrapondo-se ao medo e à violência sofridos ao longo da história. Com vozes que ecoam tradições e resistência, o filme nos convida a escutar os passos ancestrais que reverberam em nossas terras. A ficha técnica do documentário e mais informações podem ser encontradas na página do Instagram @omarcozeroeindigena.

DOCUMENTÁRIO “HISTÓRIA DA CASA DO CAVALO BAIO”

135 anos: Povos originários inspiraram documentários e webseries produzidos por araucarienses
Documentário “História da Casa Do Cavalo Baio” fala de um dos principais pontos históricos da cidade..

O documentário tem direção, produção executiva e edição de Weiller Avelar de Ornelas, e para tornar a história ainda mais real, teve sua primeira exibição na Casa que serviu de cenário para a produção. O filme fala de um dos principais pontos históricos da cidade, a Casa do Cavalo Baio, que é o único patrimônio tombado por lei pelo Estado e pelo Município.

A Casa existe muito antes de Araucária se tornar um município, e sua história tem mais de 150 anos. Weiller conta que o imóvel acompanhou toda a evolução da cidade e que o documentário conta um pouco sobre a sua origem, o que lá acontecia e sua importância para a história do município de Araucária e do estado do Paraná. “Este é o primeiro conteúdo sobre a Casa. Foi difícil ter que resumir 150 anos em apenas 15 minutos, mas não dá pra negar a importância desse patrimônio histórico, material e imaterial dos paranaenses, que está no físico, na memória, e na nossa história”, ressaltou.

Projetos de artistas de Araucária apoiados pela Lei Paulo Gustavo

135 anos: Povos originários inspiraram documentários e webseries produzidos por araucarienses