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Padre André Marmilicz: Epifania - A manifestação da Luz

Quando Jesus escolheu os doze apóstolos, não os chamou para serem vangloriados, elevados acima dos outros, ou, por méritos pessoais, pelo que hoje se chama de meritocracia, nada disso, chamou-os para servir. E eles foram viver com ele durante 3 anos, para aprender do Mestre aquilo que é fundamentall para a construção do Reino de Deus. De imediato, alerta-os para algo essencial na pregação: de graça recebestes, de graça devereis dar. Não promete absolutamente nada no campo material, das vantagens pessoais, pelo contrário, o serviço deveria ser realizado na gratuidade, sem esperar nada em troca. Chamou-os para estar com ele, para aprenderem com ele, observando o que ele falava, seu modo de se dirigir para as pessoas, seus gestos e, especialmente, suas ações. E, do próprio Jesus ele vão ouvir: ‘eu não vim para ser servido, mas, para servir, e, dar a vida em resgate de muitos’.

Eles foram chamados para fazerem exatamente aquilo que fazia o Mestre: curar os enfermos, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios. Jesus passou pela vida ajudando as pessoas, fazendo o bem, restituindo a dignidade a cada ser humano. Veio, sobretudo, para os mais abandonados e excluídos da sociedade. Os doentes, em primeiro lugar, pois esses eram considerados pecadores, e, dependendo da doença, eram excluídos da sociedade. Os mortos são todos aqueles que perderam o gosto pela vida, uma razão para viver. Jesus os reanimou, mostrou-lhes uma razão para continuar vivendo, que, sempre está no amor e no serviço ao próximo. Os leprosos, considerados os maiores pecadores e abandonados até pela família, Jesus os curou, e os resgatou para o convívio na sociedade. E, todos aqueles possuídos pelo espírito do mal, despertando neles o amor de Deus e a mudança de vida, movidos a partir de então pelo espírito do bem. Tudo o que Jesus fez, foi para resgatar a vida, restituir o verdadeiro sentido da vida. Livres para amar, para servir; livres para fazer o bem e ajudar os mais pobres, necessitados e abandonados pela sociedade.

Hoje Jesus continua passando pelo mundo, fazendo um convite a todas as pessoas para segui-lo. Muitos se colocam surdos ao seu apelo, preferindo pensar somente em si mesmos, nas suas vantagens, naquilo que lhes convém. São indiferentes aos apelos do Mestre, incapazes de sentir a dor e o sofrimento do próximo. Mas Jesus continua a acreditar na conversão, na mudança de vida e seu apelo se torna vivo através de tantos e tantas que procuram viver como ele viveu. Quando o ser humano descobre em si mesmo que o sentido profundo da sua existência está fora de si mesmo, ou seja, no amor ao próximo, ele se realiza e testemunha esse estilo de vida para os outros. Os santos são, para nós, exemplo de pessoas que viveram plenamente o encontro com Jesus, colocando a sua vida a serviço dos ma

Num mundo tão individualista e egoísta, o apelo de Jesus ecoa forte e cortante: ‘quer ser feliz, coloque a sua vida a serviço do outro’. Quando a pessoa descobre essa máxima em sua vida, sente-se preenchida e encontra aí o verdadeiro sentido para a sua existência. Fora de Jesus, realmente, não é possível ser verdadeiramente feliz. Na medida em que saímos de nós mesmos, colocando a nossa vida a serviço do outro, encontramos a verdadeira felicidade. Porque, de graça recebemos e de graça devemos dar.

Edição n. 1367

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