Quando Jesus escolheu os doze apóstolos, não os chamou para serem vangloriados, elevados acima dos outros, ou, por méritos pessoais, pelo que hoje se chama de meritocracia, nada disso, chamou-os para servir. E eles foram viver com ele durante 3 anos, para aprender do Mestre aquilo que é fundamentall para a construção do Reino de Deus. De imediato, alerta-os para algo essencial na pregação: de graça recebestes, de graça devereis dar. Não promete absolutamente nada no campo material, das vantagens pessoais, pelo contrário, o serviço deveria ser realizado na gratuidade, sem esperar nada em troca. Chamou-os para estar com ele, para aprenderem com ele, observando o que ele falava, seu modo de se dirigir para as pessoas, seus gestos e, especialmente, suas ações. E, do próprio Jesus ele vão ouvir: ‘eu não vim para ser servido, mas, para servir, e, dar a vida em resgate de muitos’.
Eles foram chamados para fazerem exatamente aquilo que fazia o Mestre: curar os enfermos, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios. Jesus passou pela vida ajudando as pessoas, fazendo o bem, restituindo a dignidade a cada ser humano. Veio, sobretudo, para os mais abandonados e excluídos da sociedade. Os doentes, em primeiro lugar, pois esses eram considerados pecadores, e, dependendo da doença, eram excluídos da sociedade. Os mortos são todos aqueles que perderam o gosto pela vida, uma razão para viver. Jesus os reanimou, mostrou-lhes uma razão para continuar vivendo, que, sempre está no amor e no serviço ao próximo. Os leprosos, considerados os maiores pecadores e abandonados até pela família, Jesus os curou, e os resgatou para o convívio na sociedade. E, todos aqueles possuídos pelo espírito do mal, despertando neles o amor de Deus e a mudança de vida, movidos a partir de então pelo espírito do bem. Tudo o que Jesus fez, foi para resgatar a vida, restituir o verdadeiro sentido da vida. Livres para amar, para servir; livres para fazer o bem e ajudar os mais pobres, necessitados e abandonados pela sociedade.
Hoje Jesus continua passando pelo mundo, fazendo um convite a todas as pessoas para segui-lo. Muitos se colocam surdos ao seu apelo, preferindo pensar somente em si mesmos, nas suas vantagens, naquilo que lhes convém. São indiferentes aos apelos do Mestre, incapazes de sentir a dor e o sofrimento do próximo. Mas Jesus continua a acreditar na conversão, na mudança de vida e seu apelo se torna vivo através de tantos e tantas que procuram viver como ele viveu. Quando o ser humano descobre em si mesmo que o sentido profundo da sua existência está fora de si mesmo, ou seja, no amor ao próximo, ele se realiza e testemunha esse estilo de vida para os outros. Os santos são, para nós, exemplo de pessoas que viveram plenamente o encontro com Jesus, colocando a sua vida a serviço dos ma
Num mundo tão individualista e egoísta, o apelo de Jesus ecoa forte e cortante: ‘quer ser feliz, coloque a sua vida a serviço do outro’. Quando a pessoa descobre essa máxima em sua vida, sente-se preenchida e encontra aí o verdadeiro sentido para a sua existência. Fora de Jesus, realmente, não é possível ser verdadeiramente feliz. Na medida em que saímos de nós mesmos, colocando a nossa vida a serviço do outro, encontramos a verdadeira felicidade. Porque, de graça recebemos e de graça devemos dar.
Edição n. 1367