No mês de julho é comemorado o “Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha”. A data foi instituída em 1992, a partir da realização do 1° Encontro de Mulheres Negras Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado em Santo Domingo, na República Dominicana. O evento reuniu mais de 300 mulheres, de 32 países e teve por objetivo denunciar o racismo e demais opressões enfrentadas pelas mulheres negras.
No Brasil, o 25 de julho foi oficializada com a Lei nº 12.987/2014, que instituiu o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, que, além de dar visibilidade ao disposto no 1° encontro, tem o propósito de dar destaque para o papel da mulher negra na história brasileira, por meio da figura de Tereza de Benguela. Tereza de Benguela foi, no século XVIII, a líder quilombola e rainha do quilombo do Quariterê, no Mato Grosso. Sob sua liderança, negros e índios resistiram à escravidão por duas décadas” (ARCANJO; LIMA, 2020).
Trinta anos depois, as mulheres negras ainda enfrentam inúmeros desafios e opressões relacionados ao machismo e ao racismo e às demandas apresentadas em Santo Domingo.
Em 2020, como forma de homenagear a luta das mulheres negras na história, a prefeitura de Araucária, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação (SMED), inaugurou o CMEI Tereza de Benguela, na região do Capela Velha.
Certamente esse esforço do município em valorizar a presença negra na história não se encerra em si mesmo. Ele demonstra e instiga reflexões sobre a importância de referenciar figuras negras que contribuíram com a formação social do país, e, ao se apropriar desses símbolo em uma unidade educacional, possibilita dialogar com a comunidade sobre o disposto nas leis n° 10.639/2003 e 11.645/2008 que “reconhecem a escola como lugar de formação de cidadãos e afirmam a relevância de a escola promover a necessária valorização das matrizes culturais que fizeram do Brasil um país rico, múltiplo e plural que somos” (BRASIL, 2009, p. 5).
Edição n. 1373