Escolher a profissão que pretende seguir nem sempre é uma tarefa fácil. Porém, quando o exemplo e a inspiração estão dentro de casa, mais exatamente na figura paterna, é muito mais fácil. Muitos filhos se espelham no exemplo do pai e decidem trilhar a mesma profissão, também o fazem como forma de homenagear essa figura que, para eles, é a de um herói.
Nesta edição o Jornal O Popular, em homenagem ao Dia dos Pais (13 de agosto), traz as histórias de filhos cuja admiração pelos genitores os estimularam a seguir na mesma carreira.
“Pelotão” da Família Strugala
Se ainda estivesse vivo, o saudoso Nilo Strugala, Soldado da Polícia Militar, certamente teria muitos motivos para se orgulhar dos três filhos que decidiram seguir na mesma carreira: o Soldado Danilo, o Cabo Marcelo e o Sargento Givanildo. O Soldado Nilo se aposentou por tempo de serviço, mas a vontade, segundo os filhos, era permanecer na ativa, tamanho era seu amor pelo trabalho. Somando o tempo em que a família está na PM, já são 48 anos e se depender dos filhos, a permanência na corporação pode continuar com os netos do Seu Nilo. Se isso acontecer, será como um pelotão formado apenas pela “Família Strugala”.
Nilo entrou para a PM nos anos 70 e embora incentivasse os filhos a seguir carreira, sempre deixou bem claro os prós e os contras da profissão. “A história começou com meu falecido avô Antônio Strugala, ele era um grande admirador dos militares. No final dos anos 40 existia um posto da Força Aérea Brasileira em Capinzal, era como uma torre de transmissão, onde os sentinelas ficavam de serviço. Meu avô sempre levava janta e café para eles durante a noite. Minha tia mais velha conta que o sonho dele era que seus filhos fossem militares. Então, meu pai se tornou um deles e era notório o orgulho dele e do meu avô, quando vestia a farda. Lembro que eu tinha uns 7 anos e já admirava aquela farda azul petróleo. Acho que ali já começou minha admiração pela PM. Todo dia quando visto a minha farda lembro do pai. Pra mim, estar na polícia não é uma escolha e sim uma vocação. Não importa se o salário seja 500 ou 50.000, eu sempre estarei na mesma profissão”, comentou o Soldado Danilo.
Em 1996, quando tinha 20 anos, o Cabo Marcelo distribuía currículos, após encerrar o estágio no antigo Banestado (hoje Banco Itaú). Ele conta que um dia passava em frente ao quartel do comando geral da Polícia Militar quando viu um cartaz chamando jovens para o concurso de ingresso na corporação. “Foi ali, lendo aquele chamado, que decidi seguir os passos do meu pai. Me inscrevi, fui aprovado e após um período muito duro de formação no Batalhão de Polícia de Guarda (presídio em Piraquara) consegui transferência para Araucária, onde em 1998 trabalhava na mesma equipe que meu pai. Na época não existia a Guarda Municipal e eram apenas duas viaturas da PM para atender todo o Município de Araucária, tempos difíceis. Foram dois anos até que meu pai se aposentou. Permaneci por 25 anos na PMPR e também me aposentei. Sinto muito orgulho de ter seguido os mesmos passos dele e nunca ter cometido nada que desabonasse os ensinamentos que ele nos passou, de sermos íntegros e de guardar com honra o nome da família. Hoje meus dois irmãos seguem nas fileiras da Polícia Militar, honrando e dando continuidade ao legado de nosso pai e da nossa família”, relata o Cabo Marcelo.
O Sargento Givanildo conta que o pai entrou para a PM na unidade mais antiga, o Regimento Coronel Dulcídio. Passou pelo 12º BPM, que tem por atuação a região central de Curitiba, chegando ao 13° BPM, que na época comandava o policiamento na cidade de Araucária, hoje denominada 2ª Cia do 17° BPM, que já foi o batalhão que comandava toda a região metropolitana. “Meu saudoso pai sempre nos incentivou a ingressar na corporação, foi nela que criou seus 6 filhos. Seguindo os passos do meu pai, ingressei na PMPR em março de 1996 e em setembro do mesmo ano o Marcelo também entrou. Imagine a felicidade dele tendo dois filhos seguindo seus passos. Na sequência, tivemos mais dois irmãos tentando seguir na carreira militar. Nossa irmã Luciane desistiu durante o processo de seleção de nova turma, na sequência, em 2010, o caçula Danilo acabou ingressando na PMPR. Hoje somos frutos do exemplo que nosso pai deixou dentro da Corporação e principalmente em casa. Graças a ele nossa família é bem quista dentro da PM e também na cidade de Araucária. Somos fruto do exemplo sempre rígido de formação militar e nesses quase 29 anos que estou na corporação, até hoje os Coronéis e Oficiais mais antigos sempre me perguntam qual meu parentesco com o Velho Strugala de Araucária, e o mesmo acontece com meus irmãos. Tenho duas filhas que assim como eu não nutrem o desejo de ser policial, mas a força e a honra de nosso saudoso pai acabam mostrando aos Strugala que servir a sociedade paranaense é maior que o desejo pessoal. Então, seria bom ver elas seguindo os passos do avô, dos dois tios e do pai”, comentou.
De pai pra filho: amor pela farda
O guarda municipal Aldemiro Matiak sempre se dedicou tanto à profissão, que acabou inspirando o filho Cassemiro. O amor que sustenta pela farda azul marinho, é o mesmo que hoje vê refletido nos olhos do filho. Matiak também teve o pai como inspiração, ele foi policial militar por 35 anos. “Eu quis seguir o exemplo dele, tanto que me tornei um policial militar e fiquei na corporação por quase 10 anos. Depois acabei entrando para a Guarda Municipal, onde estou há cerca de 12 anos, sempre seguindo na área de segurança pública. O interesse do Cassemiro pela Guarda Municipal partiu dele próprio, mas sempre me pediu conselhos. Fez concurso para a PM, foi aprovado, mas escolheu seguir a minha carreira e se tornou um GM. Ele tomou posse em 1º de dezembro de 2022, fez 7 meses de Curso de Formação e se formou em 7 de julho. Confesso que fiquei surpreso quando ele decidiu fazer concurso na área de segurança, pois ele cursava a faculdade de Direito e tinha se formado antes de assumir o cargo na Guarda. Foi uma emoção indescritível poder participar da sua formatura e ver que ele decidiu seguir nessa carreira, por admirar o pai”, declarou.
O GM Cassemiro, por sua vez, revelou que sempre quis entrar para a área de segurança pública, por acompanhar a carreira do pai desde pequeno. “Fiz alguns concursos, tanto da PM quanto de outras guardas, porém o mais almejado era o da Guarda Municipal de Araucária, porque há anos ouço do meu pai o quanto é prazeroso e satisfatório trabalhar nessa cidade. Além de realizar um dos meus maiores sonhos, posso dizer que é uma honra continuar o legado da família Matiak na mesma instituição que meu pai. Como sou da última turma formada, estou a pouco tempo efetivamente no serviço operacional, mas já tive a oportunidade de atender e prestar apoio em algumas ocorrências. E depois de cada plantão sempre converso bastante com ele a respeito dos casos, é uma troca muito boa, pois ele tem muita experiência na área e isso me ajuda a cada dia aprimorar minha bagagem nesta carreira que decidi seguir. Agradeço por meu pai nunca ter me deixado desistir, ele sempre me motivou e deu todo o suporte para que eu alcançasse meu objetivo”, disse Cassemiro.
Pai e filho que tem o karatê no DNA
Gabriel Padilha é mais um filho que fez sua escolha profissional alinhada com o que observou do pai. Apesar de não lembrar quando foi sua primeira aula na modalidade, ele diz que tem registros de que com pouco mais de um mês de vida, seu pai João Carlin dava golpes de karatê com ele no colo. “Acredito que tenha sido ali, naquele momento, que tudo começou. Lembro que meu pai não parava em casa, estava sempre de kimono, muitas vezes trocava o horário do almoço pelos treinos. Foi assim que conheci o que era persistência e sacrifício. Ele tinha voltado a estudar, fez faculdade de Educação Física, e me levava junto para as aulas. Ali também conheci o valor dos estudos. Ainda pequeno comecei a lutar, mas sempre com preguiça e vontade de assistir desenhos ao invés de treinar (risos). Meu pai ficava doido! Mas foi em 2 de outubro de 2007, data do aniversário do meu pai, que decidi de vez que iria seguir seu caminho nas artes marciais. Na ocasião eu fazia judô, só apanhava naquilo (risos), então resolvi voltar para o karatê como forma de presentear o Seu Carlin. Quando finalmente entendi o que era esforço, me dei conta que estava na seleção brasileira de karatê, viajando o mundo, ficando sem almoço às vezes. Mesmo sem querer, eu havia me tornando professor de karatê, iniciado a faculdade de Educação física, exatamente como meu pai”, conta Gabriel.
O jovem reforça que aquilo que para ele inicialmente parecia ser uma brincadeira de imitar o pai, acabou virando seu modo de vida. “Vestir meu kimono é um ato de bravura contra tudo que há de errado. Fizemos tudo isso em nome do karatê e olha o tanto de pais que eu e o sensei Carlin já ajudamos. Hoje eu olho pro meu pai, também avô João Carlin, e vejo que fui presenteado por Deus, ele me mostrou que através de muita força de vontade, muito esforço, muita determinação e fé, que é o mais essencial, posso passar o pouco que aprendi e venho aprendendo para o meu filho Gael. A luta é a nossa vida e hoje na cidade de Araucária ela tem nome e sobrenome: karatê Padilha!”, comemora Gabriel.
O pai João Carlin diz que sente um orgulho tão grande do filho que não cabe no seu peito. “Nossa história tem uma imensa ligação. Quando o Gabriel nasceu, eu já treinava Karatê e dava aulas, além disso competia nos estaduais e nacionais da modalidade e sempre que podia levava ele para me acompanhar em todos os lugares. Assim fomos criando um vínculo muito forte e o Gabriel foi se apaixonando pelo karatê. Com o passar dos anos se tornou um grande atleta, participou de vários campeonatos, entre eles o mundial de karatê em Marrocos. Optou por fazer Educação Física e para minha felicidade, começou a dar aulas de karatê. Hoje tem sua própria academia”, aplaude Carlin.
Para o sensei, muito além de seguir seus passos, o filho Gabriel se tornou um homem com caráter, profissional exemplar, um verdadeiro mestre, que segue os lemas do karatê no Dojo e na vida. “E para completar ainda mais a minha felicidade, ele se tornou pai do Gael, meu neto lindo que espero um dia seguir no caminho das artes marciais”.
“Passando a bola” pro filhão!
Adilson Soczek é filho de um dos mais respeitados desportistas de Araucária, Tião Soczek, e também é neto do fundador e ex-presidente do Costeira FC, Paulo Cordeiro, falecido recentemente. O futebol sempre foi a paixão da família. “Meu avô por parte de mãe foi jogador, técnico, fundador de time, foi a partir dele que tudo começou. Meu pai decidiu seguir os passos do sogro e hoje eu apenas dou continuidade a tudo que eles iniciaram”, conta.
Ele lembra que quando o avô Paulo Cordeiro teve a ideia de fundar o Costeira, a avó era quem confeccionava as camisas, nas cores verde e branco, fazendo referência ao time do Coritiba, que na época tinha acabado de ser campeão do Brasil. “Meu pai também foi jogador e depois assumiu o time como presidente. Ele jogava na escolinha do Costeira, time do sub17 e depois no adulto, até assumir como presidente e treinador em 2010, levando o clube para a final da Primeira Divisão Adulto nos anos de 2010, 2011, 2013, 2015 e 2016. E também ao pentacampeonato do Sub17 nos anos de 2010, 2011 (2012 não teve), 2013, 2014 e 2015. O time também foi bicampeão da Taça Paraná Sub17 nos anos de 2015 e 2017(2016 não teve)”, recorda.
Adilson fala ainda que em 2015 deu continuidade na escolinha de futebol que o avô iniciou na década de 90. “Em 95 a escolinha continuou com o Toby (campeão brasileiro em 1985 pelo Coritiba), até voltar para meu avô, ele ficou de 2015 até adoecer, em 2020. Enquanto tinha saúde, meu avô ainda me ajudava dando treinos na escolinha. Eu segui o legado deles e me sinto honrado por isso. Gosto do que eu faço e fico feliz em poder falar com tanto orgulho do meu avô Paulo e do meu pai Tião, grandes incentivadores do futebol na cidade”.
Tião disse que nem sabe por onde começar a história da família, de tantos fatos marcantes, porém reforça o papel importante do precursor Paulo Cordeiro. “Ele que começou tudo, nós apenas demos continuidade, primeiro eu e agora meu filho Adilson. Eu doei o campo para o projeto do Costeira e hoje fico feliz com o resultado disso. Meu filho Adilson assumiu o comando das escolinhas e não poderia ser diferente. Ele seguiu os passos do avô e do pai. Foi jogador, técnico campeão e há mais de 20 anos é professor da escolinha Costeira FC. Só tenho orgulho dele!”, declarou.
Inspirados pela trajetória do pai, filhos se tornam empresários
O empresário Isac Fialla começou os negócios em 1984, montando um lava-car, ficou nesse ramo por dois anos, mas sempre com o desejo de abrir um posto de gasolina. Perseverou tanto que conseguiu concretizar seu sonho. No começo, além de dono, era o frentista, gerente, comprador, vendedor e entregador de carros, isso porque anexo ao posto, o lava-car continuava. “O fato de oferecer no mesmo local a lavagem de carros e a venda de combustíveis ajudou a atrair muitos clientes. Porém as despesas eram muitas, porque nessa época o posto estava em construção e tive que financiar parte da obra, fiquei 10 anos pagando. Graças a Deus deu tudo certo e logo eu já estava com mais dois postos. O 1° posto, no Centro, concorreu entre os 10 mais bonitos do Brasil. Foi a primeira unidade do Município com mangueira ecológica, tanque ecológico, já pensando no meio ambiente. Também foi o primeiro posto do sul do Brasil a ter loja de conveniência, porque isso era novidade e o primeiro da região Sul a atender no sistema self service, onde o próprio cliente abastece seu carro. Mais tarde o governo proibiu e tivemos que encerrar o serviço. Foram anos de muita luta pra chegar até aqui”, recorda o empresário.
Isac conta que após montar os três postos da Rede Fialla, os filhos Lucas e Miguel entraram no negócio. Apesar do incentivo do pai, no começo os dois estavam mais preocupados com os estudos, buscavam uma formação, queriam falar mais de uma língua. “Lucas, o mais velho, fez intercâmbio na Nova Zelândia, ficou um ano lá. Quando voltou se formou em Economia. Na época entrei para a política, fui candidato, secretário de Obras, presidente da companhia que administrava o transporte coletivo, habitação, táxi, trânsito. Por conta desses cargos, ficava muito pouco nos postos, então o Lucas, que estava se formando, passou a se dedicar aos negócios da família. Quando ele tinha 16 ou 17 anos eu o levava junto para a empresa, o ensinava a abastecer carros, cuidar do caixa, pagar e receber contas. Ensinei a eles o valor do dinheiro e os fiz entender que nem tudo que entrava era lucro, haviam despesas a serem pagas e, o mais importante, tínhamos que cumprir o compromisso de pagar o salário dos funcionários no final do mês. Graças a Deus eles assimilaram tudo e aprenderam rápido. Posso dizer que tive o privilégio de ver meus filhos começarem a crescer e dar ideias no posto. A criatividade deles, enquanto jovens, e a adrenalina, foram importantes no processo de modernização dos postos. Hoje posso tocar o posto sem estar lá presencialmente, tudo graças ao sistema de tecnologia que meus filhos ajudaram a implantar”, comemora Isac.
Segundo ele, os filhos ainda continuam fazendo inovações na rede, eles seguem o mesmo exemplo do pai empresário, que lutou muito para conquistar tudo que tem. “Há três anos o Lucas disse pra mim que queria sair do posto, investir na carreira dele como economista. No começo foi um baque, afinal, ele era meu braço direito. Depois acabei assimilando a ideia e fiquei orgulhoso, porque ficando nas minhas empresas ele poderia se acomodar. Hoje ele tem sua própria empresa, que vem expandindo cada vez mais. Creio que isso é resultado de todas as conversas que tivemos e tenho certeza que ele aprendeu muito enquanto administrava os postos. Hoje o Miguel, meu filho mais novo, se tornou meu braço direito, ele toca os três postos da rede. Mas fico feliz por meus filhos terem feitos suas escolhas e estarem sempre do meu lado, eles me ajudam bastante sempre que tenho alguma dúvida. E lá se vão 40 anos de negócios, parte com eles, parte sem eles, o mais importante é saber que aprenderam tudo que ensinei, que se orgulham do pai que tem, que não fizeram escolhas erradas”, diz Isac.
Três gerações, uma missão: cuidar dos doentes e salvar vidas!
Seguir a mesma profissão que o pai e honrar aquele que lhe apresentou o primeiro estetoscópio e o ensinou a ouvir os batimentos cardíacos de um paciente. Essa foi a escolha de Amur Ferreira Neto quando decidiu se tornar médico, seguindo os exemplos do pai Cid Ferreira e também do avô Amur Ferreira (in memorian). A história dos médicos da Família Ferreira envolve três gerações, entrelaçadas pela mesma missão: cuidar dos doentes e salvar vidas.
O ginecologista e obstetra Amur Ferreira atuou na profissão durante 50 anos. Foi médico da cidade na época em que só tinham dois profissionais atuando na rede de saúde. Dedicou quase metade da sua vida à Medicina, até falecer aos 91 anos. Um verdadeiro legado que motivou o filho Cid Ferreira a dar continuidade a este trabalho. Dr Cid é Clínico Geral e Médico do Trabalho e segue no mesmo caminho que o pai, já está na profissão a mais de 30 anos e ainda tem muito chão pela frente. Caminho que também foi o escolhido pelo filho Amur Neto, neurologista formado há 5 anos, com especialização, que além do nome, herdou do avô o dom pela Medicina.
E não foi só o amor pela Medicina que uniu os três profissionais, já que sempre compartilharam da paixão pelo mesmo time de futebol: o Coritiba (Coxa). “Independentemente da influência do avô e do pai, desde criança o Amur queria ser médico. Ele sempre deixou transparecer a sua paixão pela profissão. Não dá pra negar que o fato de ser filho do Dr Cid fez com que algumas portas se abrissem, mas sua dedicação à Medicina, com certeza, o levará a um futuro brilhante. O Cid trabalhou no consultório do pai, assim como o Amur também ajudou o pai no consultório. Essa troca foi importante para os três, é gratificante ver uma família seguindo a mesma missão, fazendo a diferença na vida de tantas pessoas”, disse Rosane Ferreira, esposa do Dr Cid e mãe de Amur.