Na coluna passada, falamos sobre o apadrinhamento de crianças e adolescentes em Araucária — uma iniciativa que pode transformar vidas e abrir novas possibilidades. Hoje, abordamos uma forma ainda mais profunda de fazer a diferença no futuro de tantos jovens: a adoção. Um processo delicado, cheio de significados e responsabilidades, assim como o apadrinhamento — mas, no caso da adoção, trata-se de um compromisso para a vida toda, irrevogável.

Falar sobre adoção é falar de emoções genuínas. É tocar no desejo de formar uma família, enfrentar medos e abraçar, com coragem, a missão de oferecer amor, estabilidade e pertencimento. Em Araucária, há crianças e adolescentes esperando por essa chance definitiva de recomeçar.

A adoção não se trata de encontrar a criança “perfeita” — é sobre construir vínculos verdadeiros, acolher integralmente e entender que família se faz de presença, afeto, exemplos, paciência e cuidado. E quem decide trilhar esse caminho não está sozinho: o município oferece suporte jurídico e psicológico durante todo o processo, para que a jornada seja segura, responsável e acolhedora.

Ainda assim, muitos idealizam o filho desejado: um bebê, saudável, filho único. Mas essa não é a realidade da maioria das crianças disponíveis para adoção. Grande parte tem mais de sete anos ou está na adolescência. Algumas pertencem a grupos de irmãos. Outras possuem algum tipo de deficiência ou questões atípicas. E todas esperam. Esperam por alguém que as veja além do rótulo, que enxergue nelas o potencial de amar e ser amado.

Para quem se permite viver essa experiência, o que se encontra é uma família real — construída sobre amor e responsabilidade. Crianças maiores, muitas vezes com histórias difíceis, trazem bagagens que podem enriquecer a convivência familiar. Elas precisam de oportunidade, escuta e um lar que as aceite por inteiro.

Com apoio, essas crianças e adolescentes podem florescer. Crescer cercadas de respeito, afeto e segurança. Podem, finalmente, escrever novos capítulos de sua história, viver seus sonhos — agora com a palavra “família” preenchendo cada linha.

O processo de adoção em Araucária começa na Vara da Infância e Juventude, onde o pretendente recebe todas as orientações. A primeira fase é a participação em um curso preparatório obrigatório. Em seguida, são realizadas entrevistas e avaliações psicossociais com a equipe técnica. Após a habilitação, o nome do pretendente é inserido nos cadastros estadual e nacional de adoção, aguardando o encaminhamento de uma criança com perfil compatível.

Para crescer de forma saudável, toda criança só precisa de uma coisa: “de um adulto que seja louco por ela”.

Para mais informações, entre em contato com a Vara da Infância e Juventude de Araucária: (41) 3263-5180.

Edição n.º 1462.