A Delegacia da Mulher e do Adolescente de Araucária registrou 633 boletins de ocorrência relacionados à Lei Maria da Penha entre janeiro e agosto deste ano (até a presente data). A estatística mostra que quase 3 mulheres por dia são vítimas de violência doméstica no Município. Ainda conforme a DMA, em 2024, durante os seis primeiros meses do ano, foram registrados 567 boletins da mesma natureza.

Quanto ao número de medidas protetivas solicitadas pelas vítimas, foram 602 entre janeiro e agosto de 2025 (até a presente data), contra 473 no mesmo período de 2024.

E com relação ao número de inquéritos relacionados à violência doméstica e violência sexual, a DMA informou que foram 509, com 137 boletins de ocorrência e 81 denúncias anônimas apuradas entre janeiro e agosto deste ano. Em 2024, foram apuradas 29 denúncias anônimas no primeiro semestre, pelos canais 100, 180 e 181.

Já os dados da Guarda Municipal de Araucária, relacionados a ocorrências atendidas com base na Lei Maria da Penha, apontam um total de 430 entre os meses de janeiro a julho de 2025, contra 546 no mesmo período de 2024.

Este ano, o mês que mais registrou atendimentos de violência contra a mulher, de acordo com os dados da GMA, foi março com 88 ocorrências, seguido por junho com 74, abril com 63, maio com 57, julho com 54, janeiro com 49 e fevereiro com 45.

AGOSTO LILÁS

Apesar dos avanços alcançados com a Lei Maria da Penha, que nesse mês de agosto completou 19 anos de implantação, a opressão às mulheres ainda preocupa, assim como cresce a preocupação com o número de relacionamentos abusivos entre adolescentes.

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de Araucária, por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), que atende crianças e adolescentes em situação de violência, explica que de forma geral, observa-se que a violência no namoro entre adolescentes pode estar relacionada à reprodução de comportamentos violentos presenciados no ambiente familiar, à influência de padrões abusivos naturalizados socialmente, ao ciúme excessivo e ao uso inadequado das redes sociais.

“A prevenção é o caminho mais efetivo para o enfrentamento dessa violência, sendo fundamental investir em ações educativas nas escolas, espaços de convivência e mídias sociais, abordando temas como respeito, consentimento, igualdade de gênero e formas saudáveis de resolver conflitos. A participação da família, professores e serviços de proteção é essencial para identificar sinais precoces e intervir antes que a violência se agrave”, explana o CREAS.

TIPOS DE VIOLÊNCIA

Entre os tipos de violência, o Centro de Referência afirma que a psicológica é a mais difícil de identificar, pois não deixa marcas visíveis e, muitas vezes, é naturalizada pela vítima e pelo agressor. Ela pode incluir humilhações, xingamentos, ameaças, isolamento social e controle excessivo, com grande impacto emocional ao longo do tempo.

Enquanto persistem os desafios no enfrentamento a esses crimes, os canais de denúncia são ferramentas importantes para tentar coibi-los. São eles:

  • Delegacia da Mulher e do Adolescente de Araucária – telefone/whatsapp 3641-6011.
  • Polícia Militar – telefone 190.
  • Disque 100 (Direitos Humanos) ou 180 (Central de Atendimento à Mulher).
  • Conselho Tutelar Leste: 3614-1784 – Rua Ceará 15, Cachoeira.
  • Conselho Tutelar Oeste: 3614-1794 – Rua Joaquina Tonchak, 880 – Porto das Laranjeiras.

Edição n.º 1479.