É comum em situações de noite mal dormida, ou cansaço de um dia agitado, as pessoas recorrerem ao consumo de energético para se manterem mais ativas. O grande problema é quando esse consumo, que deveria ser em momentos esporádicos, se torna frequente e sem moderação. É o que alerta a doutora Tábata Larissa Macedo de Souza, cardiologista pediatra da Clínica São Vicente.

De acordo com a médica, cada vez mais adolescentes e jovens adultos têm buscado atendimento médico, devido ao excesso de bebida energética, apresentando sintomas como palpitações, insônia, tremores, dores de cabeça e até mesmo crise de ansiedade.

Esses sinais se manifestam devido a altas doses de cafeína e outras substâncias estimulantes, que estão presentes entre os ingredientes usados para a fabricação do energético, e que são capazes de provocar complicações sérias à saúde do consumidor. Segundo a doutora, o uso exagerado dessa bebida pode causar arritmias, elevação de pressão arterial, crises de pânico e, em casos extremos, o paciente pode ter desmaio ou sobrecarga cardíaca.

Entenda os malefícios do consumo de energético entre jovens
Foto: Divulgação. A médica enfatiza que o energético não substitui o descanso adequado.

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) não estabelece uma quantidade específica para o consumo de energéticos, mas recomenda cautela. De forma geral, adultos saudáveis não deveriam ultrapassar 400 mg de cafeína por dia, o que equivale a cerca de duas latas grandes de energético. Porém, para adolescentes, gestantes e pessoas com condições de saúde pré-existentes, qualquer consumo já pode trazer riscos”, pontua a especialista.

O uso sem moderação dos energéticos já é algo que traz riscos para a saúde das pessoas, e quando é misturado com álcool, o perigo aumenta. A doutora Tábata esclarece que o que torna essa mistura perigosa é a questão de o energético mascarar os efeitos do álcool, dando uma falsa sensação de disposição. Ela explica que a pessoa acaba bebendo muito mais do que suportaria e isso aumenta o risco de intoxicação alcoólica, desidratação e acidentes.

“Se após consumir energético a pessoa apresentar palpitações intensas, dor no peito, falta de ar, tontura, tremores fortes ou desmaios, é fundamental procurar um médico. Esses sintomas podem indicar sobrecarga no sistema cardiovascular. Crianças, adolescentes, gestantes, pessoas com problemas cardíacos, hipertensão, ansiedade ou distúrbios do sono não devem consumir energéticos. Para esses grupos, os riscos superam qualquer possível benefício”, orienta.

A médica enfatiza que o energético não substitui o descanso. Ao ingerir a bebida, a pessoa pode ter a sensação temporária de disposição, mas não resolve o cansaço. “O ideal é usar com moderação e sempre priorizar hábitos saudáveis, como sono adequado, alimentação equilibrada e atividade física”, finaliza.

SERVIÇO

A cardiologista pediatra Tábata Larissa Macedo de Souza atua com o CRM 45925 na Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. O telefone/WhatsApp para contato é o (41) 3552-4000.

Edição n.º 1479. Victória Malinowski.