Uma notícia de saúde que atualmente está na mídia e tem chamado a atenção da população é a nova medição para identificar a pré-hipertensão. A partir da nova diretriz, a pressão 12 por 8, que antes era considerada normal, agora acende um alerta para um possível quadro de hipertensão. Por isso, quando as pessoas forem aferir a pressão, devem ficar atentas, pois essa alteração poderá facilitar o diagnóstico precoce da pré-hipertensão.

O cardiologista Rafael Petracca, cooperado Unimed da Clínica São Vicente, explica o motivo desta mudança e como ela influencia na vida das pessoas. “Segundo a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, de 2025, a pré-hipertensão é definida da seguinte forma: a medida de pressão arterial sistólica, ou seja, a máxima, está entre 120 e 139 mmHg; enquanto a diastólica, mínima, está entre 80 e 89 mmHg. Essa mudança aconteceu para facilitar a identificação precoce das pessoas que possuem riscos de desenvolver hipertensão”, diz o médico.

Segundo ele, alguns estudos demonstraram que pacientes com valores de pressão arterial classificados por essa última diretriz como pré-hipertensão já apresentam risco de prejuízo na função de alguns órgãos, como rins e cérebro. O principal benefício é o incentivo precoce às modificações do estilo de vida para prevenir a progressão para hipertensão arterial e evitar danos aos chamados órgãos-alvo da doença, como coração, rins, vasos sanguíneos e retina.

“O diagnóstico da hipertensão acontece quando o paciente mede a pressão arterial duas vezes no consultório médico em dias diferentes. Outra maneira de receber o diagnóstico é pela monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) ou pela monitorização residencial da pressão arterial (MRPA)”, ilustra.

Segundo os dados do VIGITEL, do Ministério da Saúde, estima-se que aproximadamente 28% das pessoas com mais de 18 anos tenham hipertensão arterial no Brasil. A OMS divulgou em 2023 dados ainda mais preocupantes, com uma prevalência de hipertensão arterial em 45% dos brasileiros entre 30 e 70 anos.

“É preciso ter cuidado com essa condição, já que ela pode ser assintomática. Quando os sintomas são presentes, o paciente pode vir a sentir cansaço, tontura, dores de cabeça, falta de ar, inchaço e dor no peito. A melhor maneira de prevenir, assim como no caso de várias doenças já relatadas por aqui, é manter uma vida saudável. Orientamos o paciente a não fumar; perder peso, se o paciente tiver sobrepeso ou obesidade; restringir o consumo de sódio; aumentar o consumo de potássio; reduzir o consumo de álcool; fazer atividade física regularmente; e reduzir o estresse”,

Para o cardiologista, uma vez diagnosticada, a hipertensão arterial geralmente não tem cura, apenas controle. Em casos raros, a hipertensão pode ser secundária a outras condições, como apneia do sono, doenças da tireoide, doenças das glândulas adrenais e estreitamento das artérias dos rins. Nesses casos específicos, a hipertensão secundária pode ser curada pelo tratamento de sua causa.

“O tratamento da pré-hipertensão e da hipertensão arterial envolve as modificações no estilo de vida e o uso de medicamentos anti-hipertensivos. Conforme os níveis de pressão arterial e comorbidades, seu médico irá definir os medicamentos indicados e as respectivas dosagens. Ajustes podem ser necessários até que a meta de pressão seja atingida”, finaliza.

Nova diretriz define pressão12 por 8 como pré-hipertensão
Foto: Divulgação. Médico lembra que a condição não tem cura, mas dá para controlar

SERVIÇO

O cardiologista Rafael Petracca atua com o CRM 24892 e CBO 225120, sendo cooperado Unimed da Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. O telefone/WhatsApp para contato é o (41) 3552-4000.

Edição n.º 1484. Victória Malinowski.