A expressão ‘como sardinha em lata’ parece ter sido criada sob medida para algumas linhas do transporte coletivo da região metropolitana de Curitiba. Um exemplo é a linha direta Angélica/Pinheirinho, que liga um dos terminais de Araucária a um bairro da capital, onde os passageiros reclamam da superlotação nos ônibus. Segundo eles, nos horários de pico os veículos saem tão lotados que as pessoas ficam penduradas nas portas.

“Todo dia é a mesma coisa, um tal de ‘dá um passinho pra trás’, ‘não empurra’, ‘quem pisou no meu pé’, frases que já viraram bordões. E as tristes cenas das pessoas se empurrando e tentando entrar no coletivo também já viraram memes”, lamentou um dos passageiros.

Se só de ler esse relato você já tem uma ideia do sufoco enfrentado por milhares de trabalhadores, imagine o cidadão que precisa enfrentar isso todo santo dia, e em dose dupla: na ida e na volta do trabalho.

Silvana, outra passageira que utiliza a linha direta Angélica/Pinheirinho diariamente, confessou que gostaria de andar de ônibus com um pouco mais de dignidade. Em um vídeo que ela gravou no terminal Angélica e enviou à nossa redação, foi possível ver quando um ônibus da linha citada saiu tão lotado que as portas não se fecharam. “É um perigo, um verdadeiro risco à vida dos trabalhadores, que são obrigados a enfrentar isso todos os dias. A maioria tem que pegar ônibus nos horários de pico, tanto pra ir quanto pra voltar do serviço. Então não dá pra entender porque não reforçam as linhas nesses horários mais tumultuados”, critica.

A passageira ainda sugere que se a empresa responsável não tem mais ônibus disponíveis para colocar nessas linhas, que pelo menos deixe fiscais impedindo que as pessoas fiquem ‘penduradas’ nas portas, correndo risco de cair ou algo pior. “É complicado porque quem está ali na porta quer entrar, e quem está lá dentro precisa se espremer, mal dá pra se mexer, isso chega a ser desumano”, lamenta.

A Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná – AMEP, que gerencia o transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana, contradiz a passageira, alegando que não há superlotação na linha Angélica/Pinheirinho, porém, alega ter identificado que a linha opera próxima à capacidade máxima do veículo. “Nossa equipe já está trabalhando na reprogramação dos horários para oferecer em breve mais opções e conforto aos usuários”, declarou a agência.

A AMEP completou ainda que a lotação dos ônibus era uma situação que a equipe já vinha monitorando

Edição n.º 1485.