Ao fazer um exame de rotina, ninguém espera receber a notícia de que está com uma doença séria. Se não há sintomas, não há doença, correto? Errado! Muitas condições podem ser silenciosas no início, o que dificulta um diagnóstico precoce e pode causar consequências no tratamento do paciente. Esse é o caso da Leucemia Mieloide Crônica (LMC), que muitas vezes não apresenta nenhum sinal de que está presente.

Segundo a hematologista Rafaella Verbiski de Andrade, da Clínica São Vicente, a LMC é a proliferação anormal de células mieloides na medula óssea, com seu curso sendo mais lento do que leucemias agudas, podendo durar anos. Ela explica que o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgou que, entre os anos de 2023 e 2025, a estimativa é que o Brasil registre mais de 11.000 novos casos de leucemia por ano, sendo que 15% correspondem à LMC.

“A LMC é, muitas vezes, uma doença silenciosa em sua fase inicial, com seu diagnóstico feito por acaso, durante exames de sangue de rotina. No entanto, à medida que a doença progride, alguns sintomas podem começar a surgir, sendo eles o cansaço excessivo, perda de peso inexplicada, febre e suores noturnos”, menciona a doutora.

O público mais afetado é formado por adultos entre 50 e 60 anos, mas também há chances de acometer pessoas mais jovens. Um sinal de alerta para a população é que a leucemia mieloide crônica não surge de fatores hereditários ou devido ao estilo de vida. Seu surgimento está ligado a uma alteração genética adquirida, o cromossomo Filadélfia, que acontece de forma espontânea e ainda não há confirmação sobre a causa exata disso.

Leucemia Mieloide Crônica: uma doença que pode surgir de forma repentina
Dra Rafaela comenta que o tratamento evoluiu nos últimos anos

O diagnóstico da LMC inicia após a realização de um hemograma que pode apresentar o aumento de leucócitos. Para a confirmação, é preciso fazer uma biópsia de medula. Felizmente, o tratamento para essa condição evoluiu nas últimas décadas. Desta forma, o que era para ser uma doença grave sem chance de controle, se tornou uma doença crônica, podendo oferecer uma qualidade de vida melhor para os pacientes.

“O principal tratamento atualmente é o uso de medicamentos chamados inibidores de tirosina quinase, que atuam diretamente sobre a mutação genética responsável pela doença. Outro tratamento disponível é o transplante de medula óssea, pouco utilizado nos dias de hoje devido a boa resposta da medicação por via oral. O monitoramento é contínuo e fundamental, realizado através de exames de sangue que avaliam o gene mutado da doença. Em alguns casos, muito específicos, pacientes que atingem uma boa resposta ao tratamento podem até discutir com seu médico a possibilidade de suspendê-lo, mas com uma sequência ainda mais próxima”, finaliza.

SERVIÇO

A hematologista Rafaella Verbiski de Andrade atua com o CRM 44312 na Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. O telefone/WhatsApp para contato é o (41) 3552-4000.

Edição n.º 1485. Victória Malinowski.