Após quase um ano de portas fechadas, sem receber presencialmente seus alunos por conta da pandemia do novo coronavírus, o Colégio Adventista retomou as aulas na última segunda-feira, 8 de fevereiro, aderindo ao modelo híbrido de educação. Com turmas reduzidas, a instituição afirma que 75% dos pais e responsáveis optaram por autorizar o retorno dos jovens às salas de aula, de forma escalonada. Seguindo rigorosamente os protocolos de saúde, o Adventista deu exemplo em 2020, conquistando a confiança da comunidade escolar.
Embora o ensino remoto tenha exigido uma maior motivação dos estudantes e atenção redobrada das escolas, mudando drasticamente a rotina de aprendizado, muitas instituições, como o Colégio Adventista, encontraram soluções rápidas, seguras e acessíveis. A diretora Márcia Gisele Silveira relembra os obstáculos enfrentados no início da pandemia, já que ninguém estava preparado para interromper as aulas presenciais e se adequar ao ensino à distância em tão pouco tempo. “Ficamos apenas cinco dias com a escola fechada, fazendo as adaptações e logo retornaremos com o E-class, um sistema da rede Adventista, com aulas totalmente online. Também temos várias ferramentas que permitem aos alunos a interação necessária em tempo real e aos pais, o acompanhamento das atividades dos filhos, sendo possível ainda o contato mais direto com os professores, através do chat”, explica.
Adaptações
Com a necessidade de seguir à risca os protocolos de segurança e higiene, o colégio teve que fazer várias adequações, adotando, além do uso obrigatório de máscaras e álcool em gel, o distanciamento de 1,5m nas carteiras, recreio em sala de aula, marcação nas escadas indicando “sobe e desce”, isolamento de bebedouros, saídas e entradas escalonadas, tapetes sanitizantes e medição de temperatura na entrada.
“Para evitar aglomerações, o recreio no pátio foi suspenso. Implantamos um aplicativo exclusivo para a cantina, com processo online de compras. Alguns alunos levam o seu lanche de casa e não podem compartilhar nada com os colegas”, afirma Márcia.
Nota 10
Ainda segundo a diretora, os alunos, bem como os pais, merecem os parabéns. Apesar das normas totalmente novas, dentro das dependências da escola os estudantes merecem nota 10 quando o assunto é cuidado e respeito. O entendimento da importância dos protocolos por parte dos jovens tornou a rotina ainda mais segura, pois nenhuma regra foi burlada. “As crianças aceitaram bem, já estavam preparadas pelos pais. Nenhum aluno deu trabalho, todos dentro do que havia sido combinado. Quando chegam na escola não ficam no pátio, vão direto para sala de aula, onde os professores e monitores auxiliares ficam aguardando”, conta a diretora.
Neste primeiro momento, a adaptação dos estudantes e professores ao método híbrido está sendo avaliada pela equipe pedagógica. A ótima adesão do modelo escalonado por parte dos pais foi motivadora, contudo, as aulas remotas continuam para os alunos que seguem em casa. No Adventista, as crianças foram divididas em dois grupos, assim, cada um vai na semana determinada. O colégio adquiriu materiais eletrônicos, como câmeras, microfones, pedestais e computadores para não haver nenhum tipo de problema nas transmissões, permitindo a interação entre todos os alunos.
Já no ensino infantil, a atenção é redobrada, uma vez que os pequenos requerem outros tipos de orientações. “Além de máscaras, as professoras dos primeiros anos usam macacões de TNT e luvas, pois na necessidade de um contato mais próximo do aluno, a segurança estará garantida”, reforça Márcia. Ainda sobre os menores, há também um trabalho com os pais, muito importante para aqueles que estão inseguros quanto a educação dos filhos. “Fizemos para as mães das crianças do primeiro ano o “Mima Mamãe”, oferecendo palestras com psicólogos a respeito desse retorno e destacando a importância de confiarem na escola”, reforça a diretora.
Acolhimento
O Adventista também surpreendeu ao preparar um drive-thru, para acolher os alunos e pais que optaram pelo ensino remoto. A instituição preparou uma recepção linda e colorida, onde as crianças puderam ter um contato mais próximo, porém breve, com os professores. “Antes do dia marcado para a retomada, inúmeras reuniões pedagógicas entre o corpo docente e os pais foram realizadas, explicando todos os detalhes para uma volta segura. Pudemos sentir a alegria das crianças em voltar à escola, todas felizes e empolgadas. Inclusive, tivemos um aluno do 5º ano que chorou de emoção ao rever os colegas”, disse Márcia.
Ela lembra que os impactos emocionais com certeza irão surgir no decorrer do processo, porque as crianças tinham uma rotina na escola, e de repente veio a pandemia, obrigando todos a ficarem em casa. “Ficar um ano longe da escola e voltar agora com uma nova realidade, com certeza trará impactos. A escola vai ajudar no que for possível, vamos continuar fazendo a busca por conteúdos que porventura ficaram em defasagem ao longo do ano. Trabalharemos para que a criança seja inserida novamente dentro desse novo contexto da educação. Ficamos felizes em recebê-los novamente”, completa a diretora.
Texto: Maurenn Bernardo
Publicado na edição 1249 – 18/02/2021