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O Paraná ocupa um triste 5º lugar no ranking dos estados brasileiros onde mais vítimas da Covid-19 faleceram, com 24.857 mortes até terça-feira (18). Para além disso, o estado segue em alerta devido ao novo aumento no número de casos da doença, mas o governador Ratinho Jr, no início deste mês, resolveu, mesmo assim, anunciar o retorno presencial das aulas na rede de ensino estadual.
Com o retorno sem segurança, o governador coloca a vida de todos os paranaenses em risco. Toda a rede particular de ensino e cerca de 200 escolas estaduais estão autorizadas a funcionar com atividades presenciais, neste momento, com o último decreto de Ratinho. Também vale pontuar que, com a decisão, o governador mostra mais uma vez que não cumpre com o que promete, já que, anteriormente, ele havia anunciado que esse retorno se daria somente com a vacinação dos trabalhadores da educação.
De acordo com informações da APP-Sindicato, que representa os trabalhadores da educação e funcionários de escolas, já há unidades educacionais que estão suspendendo as aulas presenciais devido aos surtos de coronavírus. É o caso do Colégio Estadual Padre Eduardo Michelis, localizado em Missal (PR), onde as atividades presenciais haviam retornado no dia 10 de maio e foram suspensas nessa semana, e também do Colégio Jorge Schimmelpfeng, onde uma professora e um estudante foram contaminados.
A tragédia é anunciada e o governador sabe disso. Enquanto a vacinação continua lenta em todo o Paraná, que vacinou apenas 10,71% da população com a primeira e a segunda dose, reabrir as escolas é uma ameaça à vida de todos. A pandemia segue avançando e fazendo milhares de mortos, portanto não há segurança nas atividades presenciais enquanto professores, funcionários de escolas e estudantes não forem imunizados.
É urgente que Ratinho Jr reveja a sua decisão e volte atrás no retorno presencial a fim de preservar vidas. A maioria dos municípios paranaenses já voltaram a adotar medidas mais rígidas de combate à Covid-19 nesta semana, justamente, porque existem dados concretos que alertam para uma nova onda do coronavírus, que deve ser ainda pior na região sul do país e com muito mais perigo para as faixas etárias mais jovens.
O estado do Paraná sequer se recuperou das ondas anteriores e a ocupação real de leitos de UTI segue em 100%. Para piorar, é o estado brasileiro com mais pessoas à espera de UTI, conforme levantamento feito pela GloboNews em parceria com as secretarias de saúde dos estados. Eram 345 pacientes nessa condição até o dia 18 de maio, quando o levantamento foi divulgado pela mídia.
Ou seja, com o Plano Nacional de Imunização (PNI) caminhando a passos muito lentos devido à política genocida do governo Bolsonaro, somente as medidas restritivas são capazes de conter o avanço da pandemia – e a decisão de Ratinho vai na contramão disso.
Quantas vidas mais a irresponsabilidade do governador e de todos os políticos que querem voltar com as aulas presenciais no pior momento da pandemia irá custar?
O SISMMAR segue firme em defesa da vida e pelo retorno presencial somente após a imunização da população.
Publicado na edição 1262 – 20/05/2021