Se o dia a dia da política araucariense fosse uma série, estaríamos diante daquelas produções com muitas temporadas. Mais do que isso, estaríamos diante daquelas séries surpreendentes, tipicamente americanas em que os roteiristas matam os mocinhos no último episódio e/ou que, descobrimos nesse último episódio que o vilão nunca foi vilão e por aí vai. House of Cards ou Game of Thrones não nos fazem inveja!

A temporada mais recente terminou esta semana com o retorno ao poder de Ben Hur Custódio de Oliveira (União) e Ricardo Teixeira (Republicanos). O penúltimo episódio foi na semana passada com a “morte” de Valter e Leandro, que lutaram até o final, mas tombaram em combate, armadura ensanguentada, espada ainda na mão, música instrumental triste ao fundo! Tudo o que temos direito!
A expectativa agora é saber se na próxima temporada, os roteiristas nos surpreenderão novamente e descobriremos que a dupla do Solidariedade, na verdade, sempre esteve viva ou algo assim. Para os ansiosos, restam as unhas ou ansiolíticos, estes últimos sempre com prescrição médica.

Como boa temporada, a que acabou esta semana teve diversos personagens importantes, não podendo ser resumida ao quarteto de protagonistas. Diversos atores coadjuvantes foram essenciais para o desfecho da história. Alguns deles a gente não lembrará o nome muito em breve, mas foi a atuação deles que possibilitou o gancho para o desfecho magistral do final!

Alguns têm até nome nos créditos finais da temporada, outros ficariam sinalizados nas letrinhas que sobem quando a tela escurece, apenas pelo papel rápido, mas fundamental, que desempenharam. É o caso, por exemplo, de Anderson Dutra. Figura essencial em toda a temporada, mas que convenhamos, poucos conhecemos. O advogado do Solidariedade, que disse “manda ver” quando do registro do DRAP, que no final das contas colocou Leandro e Valter em maus lençóis, é outro sujeito que valeria até uma série só dele para entendermos o que ele pensou naquele dia e como ele enxerga os acontecimentos derivados de sua orientação. Teria dito ele alguma frase do tipo “eu sou inevitável”, ou “perfeitamente equilibrado”, quem sabe “as escolhas mais difíceis exigem as vontades mais fortes” todas essas frases de Thanos, apenas para constar.

E o tal do advogado de Ben Hur, Guilherme Gonçalves? Poucos o viram circular por Araucária. Sua triunfal aparição talvez tenha sido nos minutinhos que ocupou a tribuna do plenário do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no dia do julgamento. Apesar do pouco tempo em cena, convenhamos que atuação digna de Emmy!

Mas, por ora, o que temos é isso! Ou melhor! Tudo isso! Resta aguardar a próxima temporada da política nesta cidade que já teve político envolvido em sepultamento de caixão com pedras; preso virando prefeito; prefeito virando preso; prefeito declarado inelegível, depois elegível, depois inelegível; urna com cédula em que o rosto e nome eram de um, mas o voto ia para outro; ex-prefeito sendo condenado, depois “descondenado”, com a Justiça anulando todos os atos dos processos e por aí vai! Araucária, definitivamente, não é pra amadores.

Boa leitura!

Edição n.º 1490.