Esta semana talvez tenhamos visto os vereadores Professor Valter e Leandro da Academia sentandos pela última vez nas cadeiras do plenário da Câmara de Araucária. A última vez, obviamente, neste mandato. Ou, claro, até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, analise o derradeiro recurso para a desgastante judicialização sobre a fraude a cota de gênero que teria sido cometida pelo Solidariedade nas eleições municipais de 2024.

Mas, neste momento, deixemos em segundo plano a discussão jurídica. Até porque esta cabe ao Poder Judiciário. Aos cidadãos de bem e democratas cabe cumprir as determinações da Justiça, entendê-las como resultado do devido processo legal e, enquanto o sistema permitir, recorrer as instâncias possíveis sempre que a considerarmos injustas. O momento é de ressaltarmos o trabalho legislativo feito por Valter e Leandro até aqui!

Exatamente! É inegável que estamos falando de dois vereadores extremamente atuantes e com profundo vínculo com seu eleitorado. Não há dúvidas de que aqueles que confiaram seus votos a Valter e Leandro estão extremamente descontentes com a decisão judicial que culminou com a perda de seus mandatos.

Os dois representam um estrato importante da sociedade araucariense. Valter é professor, diretor de escola linha dura, servidor público de carreira bem alinhado as demandas corporativistas da classe e membro ativo da paróquia de sua comunidade. É um combo que, embora possa até errar na condução legislativa de seu mandato, sempre procura defender os segmentos que o fizeram um homem público. Já Leandro é um homem simples da comunidade, uma liderança natural de bairro. Se tornou popular promovendo ações sociais e por meio de sua vocação de atleta. Empreendeu, virou empresário, dono de academia, mas sempre foi povão, meio polêmico, mas com um coração gigante.

Os dois mereciam continuar na Câmara, batendo um pouco de cabeça, tentando equilibrar o discurso para seu eleitorado com a nem tão simples tarefa de pertencer a base de apoio do Executivo, o que invariavelmente os obriga a ceder aqui e ali para que haja governabilidade para a necessária formação de maioria em determinadas votações. São homens bons, que erram e acertam como todos nós.

Por isso, neste momento de “até logo”, como eles mesmo andam dizendo, é necessário dizer aos dois em alto e bom som: muito obrigado! E, claro, torcer para que ambos não abram mão da política, não desistam das disputas eleitorais. Afinal, precisamos de pessoas combativas ocupando cargos públicos.

Precisamos de pessoas de opinião, que discordem, que tenham medo da reação popular, que se preocupem com o que “vão achar se eu votar assim”. Enfim, que entendam que em política tem dia que a gente vence e dias que o outro ganha, mas que nunca perdemos quando travamos o bom combate!

Boa leitura!

Edição n.º 1489.