Casa da Cultura Escritora Jacqueline Carteri recebe, até o dia 15 de agosto, a exposição “Cor, Vida e Arte”, da artesã Bebeth Queiroga, 62 anos. A mostra apresenta mandalas criadas com técnicas intergeracionais e espelhos, e pode ser conferida gratuitamente pelo público.

Com raízes em Recife e Araucária, Bebeth traz em suas obras a influência da cultura nordestina, combinada com vivências locais. A exposição é resultado do projeto cultural “Cor, Vida e Arte”, viabilizado pela Lei Aldir Blanc 2024 (PNAB Araucária). “Desde criança tive aulas de Educação Artística, onde aprendi uma série de coisas, inclusive tapeçaria. Na minha vivência com miçangas, canutilhos e pedrarias em geral, me apaixonei, acredito que mais por influência da mamãe, que era uma verdadeira artista. Eu a perdi em janeiro de 2016. Então e o luto foi o motivo principal para que iniciasse nas artes”, conta a artesã.

Bebeth conta que quando ainda estava morando no Recife, a filha Isabella já morava no Paraná, onde aprendeu uma técnica de mandala, vinda do Chile, e tentou ensinar à mãe. “Relutei, mas acabei aceitando, e aos poucos fui entendendo e me apaixonando pela técnica. Daí não parei mais”, afirma.

Com relação a arte com espelhos, Bebeth diz que também iniciou após a morte da mãe. “Eu recebi de uma prima um espelho com a moldura dourada e me encantei. Como eu tinha muita coisa guardada da mamãe, de quando ela costurava, bordava a mão e a máquina, fazia vestidos e bolos de noiva, pensei que poderia aproveitar tudo aquilo. Mamãe tinha muitas peças em miniatura, como botões, e isso tudo utilizei na decoração do meu primeiro espelho, que fiz em homenagem a ela e hoje está nessa exposição. Quando olho para esse espelho, lembro de tudo que ela tinha e como trabalhava”, se emociona a artista.

Além das mandalas e dos espelhos, Bebeth se especializou em vários outros tipos de arte, e confessa que suas inspirações estão relacionadas com a natureza, com as muitas cores que vibram na sua alma. “Esta é a minha primeira exposição, meu filho me inspirou e me deu forças para que eu me inscrevesse no projeto fomentado pela Lei Aldir Blanc e assim o fiz. Passei em terceiro lugar na categoria escolhida. Dentro desse projeto, ainda farei oficinas de mandalas, atendendo ao público idoso e mais vulnerável, provavelmente entre os meses de outubro e novembro”, conta.

A artista se empolgou com a oportunidade de poder mostrar seus trabalhos e já adiantou que vai se inscrever novamente no PNAB Araucária. “Vou dar continuidade ao meu trabalho com espelhos maiores, abordando as maravilhas do município de Araucária, resgatando a arquitetura do lugar, fauna e flora predominante aqui. Isso se eu for aprovada!”.

A Casa da Cultura de Araucária fica na Rua João Pessoa, 258 – Centro. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h.

Edição n.º 1475.