Chuva deixa vários bairros da cidade debaixo d’água

Na localidade do Iguaçu a chuva fez tanto estrago que este carro foi “engolido” pela água
As ruas do bairro se transformaram em verdadeiros rios

Há mais de uma semana a chuva tem feito parte da rotina dos araucarienses. Em alguns dias ela veio mais forte, em outros um pouco mais fraca, mas sem nunca dar trégua. Para muitas famílias têm sido um verdadeiro tormento. O grande volume de água que caiu no período foi suficiente para provocar diversos pontos de alagamento nos bairros de Araucária e, inclusive, na área rural.

De acordo com a Defesa Civil do município, desde a última sexta-feira (21) as equipes têm atendido situações de inundação, sendo que um dos pontos mais críticos é em uma região de ocupação irregular no Jardim Arvoredo. “E uma área de preservação ambiental que alaga muito quando chove, as famílias já foram realocadas, mas muitas insistem em permanecer no local. A água subiu muito, entrou em diversas casas e atingiu cerca de 140 pessoas neste ponto”, disse o coordenador da Defesa Civil, Cícero Ferreira de Almeida.

Ainda segundo o coordenador na sexta-feira diversos pontos de alagamento também foram registrados no Jardim Industrial. “Fomos até estas casas, passamos orientações dos riscos, pedimos que as famílias fossem para a casa de parentes ou para abrigos da prefeitura mas, infelizmente, as pessoas não querem deixar seus lares e acabam ficando em situação de risco”, revelou Cícero.

No sábado e no domingo o leito do Rio Barigui também apresentou uma grande elevação no nível de água que acabou transbordando e atingindo residências das regiões do Tupi, Fonte Nova, Loteamento Torres e Morro do Piolho onde diversas casas ficaram completamente inundadas e as ruas se tornaram verdadeiros rios.

Diversas competições de futebol que estavam marcadas para este final de semana também foram cancelados devido ao estado em que ficaram os campos de futebol. A pior situação foi no estádio Pedro Nolasco Pizatto que deveria receber uma partida do campeonato de seniores. O gramado ficou tão alagado que parecia mais uma piscina do que um estádio.

No Jardim Tropical muitas famílias também foram vítimas das águas. Nesta segunda-feira muitas pessoas ainda estavam ilhadas no bairro sem poder sair de suas residências. Na rede social, facebook, o presidente da Associação de Moradores do Bairro, Jester Furtado, relatou a situação do local e no seu texto cobrou uma posição das autoridades. “A ganância e a irresponsabilidade dos exploradores que destruíram toda área verde do entorno, fazendo cavas a fim de extrair areia, aliada ao comodismo, a cegueira, a cumplicidade de todas nossas autoridades políticas são as verdadeiras razões pelo sofrimento das famílias que moram nessa região”, escreveu.

Previsão
De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, a chuva irá continuar de forma intensa até a próxima quinta-feira. Na sexta-feira também deverá ocorrer pancadas de chuva, porém só no final do dia. No sábado não deverá chover, mas o tempo ficará instável.

A Defesa Civil de Araucária afirma que trabalha 24 horas e está a disposição das famílias do município. Se alguém precisar de ajuda basta ligar para o número 153. “Nós estamos prontos para atender. Se as pessoas tiverem necessidade de receber roupas, cobertores e alimentos nós também auxiliaremos encaminhando estas vítimas para a assistente social do bairro que dará o devido atendimento”, afirma o coordenador Cícero.

Casa inundada pela quinta vez neste ano

Dona da casa diz que não aguenta mais os alagamentos

Uma moradora da Avenida das Nações, no Jardim Ipês, diz que já não aguenta mais ter sua casa invadida pela chuva. Dona Helena Batista Fernandes, 78 anos, afirma que somente neste ano esta foi a quinta vez que a água entrou na sua residência.

Além do prejuízo financeiro, a situação também incomoda muito a moradora que mora sozinha e, devido a idade, não tem condições de limpar toda a sujeira que fica depois que a água vai embora.

“No final do ano passado a prefeitura fez asfalto aqui na rua e, desde então, cada vez que chove bastante é esse problema. Não foi feita a galeria de água e, por não ter para onde escovar acaba entrando na minha casa. Já entrei em contato várias vezes com a Secretaria de Obras, cobrei uma posição, mas nada foi feito até agora”, reclama.