O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. Em Araucária, a data foi lembrada durante a II Conferência da Educação das Relações Étnico-Raciais, realizada ontem, dia 20, na Sala Tarsila do Amaral.
O evento abordou os caminhos e descaminhos para a superação das relações discri-minatórias na sociedade atual e contou com palestras dos professores Paulo Vinícius da Silva (UFPR), Dirléia Mathias (Escola Balbina) e Paulo Sérgio Pestana (Escola Marcelino), além de apresentações dos grupos de capoeira Afro-Raça (professor Canarinho) e Trançando Araucária; contação de histórias, com Márcia Reis; exposições de trabalhos feitos por estudantes e de livros sobre a cultura negra.
A conferência foi organizada pelo Grupo de Estudos Africanidades Araucária, da Secretaria Municipal de Educação.
Para a coordenadora pedagógica da SMED, Delma Cavalheiro de Ávila, o grupo de estudos foi formado com o objetivo de fazer pesquisas e permitir a formação de professores sobre a importância de se difundir a influência da cultura negra nas demais culturas. “A conferência foi a conclusão deste trabalho, que agora é apresentado a toda comunidade”, disse.
O professor Paulo Vinícius da Silva, coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, falou sobre a população negra no Brasil, com base em dados estatísticos e destacou a importância de se acabar com o racismo, que geralmente começa nas próprias escolas. “Devemos acabar com as desigualdades entre as raças”, completou.
História
A data 20 de novembro foi escolhida para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares), o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).
Algumas entidades organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras.
Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a so-ciedade.Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
