A imensa maioria dos “respirantes” necessitam de trabalho para oxigenar sua existência nessa poluída sociedade de consumo. Conheço muita gente que vive num sufoco tão grande que até diz: estou poupando até o ar, tal o nível do aperto financeiro.
A palavra trabalho teve origem no tripalio romano que era um apetrecho pra debulhar espigas de trigo, que na idade média foi utilizado pra debulhar pessoas como forma de tortura, e penso que vem dessa época o pânico que muita gente ainda sente pelo trabalho, e fico na dúvida se é fruto do inconsciente coletivo ou se o sujeito foi tomado mesmo pelo vício da preguiça, como os dependentes, enfim o fruto do seu trabalho limita-se a sua subsistência.
Agora tem aqueles que gostam muito de trabalhar, levantam cedo, são viciados no que fazem, nos States dizem workaholic, estes tem prazer em servir, prazer em ouvir, nunca reclamam das demandas e agem de boa vontade, são uteis na sociedade, enxergam o trabalho como aprimoramento da humildade, e por serem assim, se diferenciam dos demais. Enfim o fruto do seu trabalho são Obras realizadas como diziam os romanos para diferenciar estes daqueles.
Enquanto o primeiro gasta todo seu tempo na subsistência, o segundo deixa um legado nas obras edificadas de conhecimento público que avaliza sua Ação na política.
Em seu livro “A Condição Humana”, a filósofa Hannah Arendt diferencia três atividades do homem: o trabalho (manutenção da vida); a obra (produção de algo novo); e ação (vida pública, política). Estas três atividades fazem parte da vida humana ativa, e esse texto me fez lembrar do Davi da Smop, do Gouveia do Smur, do Juliano da Smsa, Saverio da Vigilância, Ketlin da Guarda, Lauri do Smpl, Vitor do Meio Ambiente e tantos outros aqui representados.
Edição n. 1373