Educação financeira se aprende na escola sim!

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Uma das mudanças que o novo Ensino Médio implementou foi a abordagem de tópicos de Educação Financeira no currículo básico. O tema é explorado de diversas maneiras: finanças pessoais, orçamento, planejamento, sistema financeiro, dívidas e investimentos são assuntos que permeiam a grade do novo modelo, já implementado no Colégio Marista Sagrado Coração de Jesus

As finanças fazem parte do dia a dia da maioria das pessoas, saibam elas lidar ou não com cálculos. Para que possamos construir uma sociedade com uma melhor saúde financeira e menos endividada, esses temas precisam estar presentes na sala de aula. Com isso, se incentiva o desenvolvimento de empreendedores, bem como do capital ativo para investimento e desenvolvimento da nação. Não é exagero dizer que o futuro do país tem muito a ganhar com isso.

Nesta perspectiva, a relação que os jovens constroem com o dinheiro é essencial na construção de seu futuro. É muito provável que os investimentos de tempo e recursos nessa área gerem resultados positivos num futuro próximo. As habilidades necessárias para adquirir bons hábitos financeiros são encontradas em muitos tópicos discutidos

em Matemática, desde que o professor os apresente de maneira interdisciplinar. Pode ser atrelado a uma necessidade real, como na elaboração de orçamentos, tanto para empresas quanto para o âmbito familiar. Isso acontece quando é preciso fazer um orçamento de telhado, pintura ou construção, dentre outras situações comuns da vida cotidiana que estão relacionadas a cálculos de área, volume, porcentagem e proporcionalidade.

Um dos conceitos básicos de microeconomia, como a demanda e a oferta de mercado, podem ser modelados como funções de primeiro grau. As análises decorrentes desse estudo ajudam no entendimento da dinâmica de mercado, possibilitando o surgimento de uma sociedade de cidadãos com hábitos de consumo mais conscientes e menos suscetíveis a engodos políticos, como o controle de preços artificiais feitos por políticos populistas.

Contudo não paramos por aí, conceitos de receita, custo e lucro podem ser convertidos em leis matemáticas, podendo originar funções de primeiro e segundo grau, esta última pode estimar o melhor preço para que haja lucro máximo. Também não podemos deixar de lado as funções exponencial
e logarítmica que são usadas para resolver problemas com juros comerciais. Esta é uma das partes mais
empolgantes. No Marista Sagrado Coração de Jesus, um dos trabalhos mais impactantes que proponho é de utilizar uma quantia de dinheiro significativa (de 60 a 80 mil reais) para comparar duas tomadas de decisão: a primeira investir em um objeto de consumo depreciável e outra de realizar um investimento com um provável lucro. Nesses casos, proponho um período de 10 anos para a comparação. Os resultados geralmente surpreendem os alunos, pois a opção pelo investimento resulta em um capital de 6 a 8 vezes superior em relação ao bem depreciável. Um dos meus alunos citou “melhor que comprar um carro, é pegar o valor e investir”.

A construção da mudança de postura ocorre porque não são apenas ideias abstratas,
mas um resultado concreto numérico. O aluno percebe que há uma recompensa pelo sacrifício
de hoje em prol de um amanhã. Pode parecer distante, mas a experiência de vida mostrará que é um “só piscar de olhos” no decorrer de uma longa caminhada.

Educação financeira se aprende na escola sim!

Publicado na edição 1307 – 14/04/2022

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