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Entenda o significado e a gravidade de sair por aí pichando a suástica nazista

Pichações em patrimônios públicos e privados é uma prática comum e constante. Não é raro andarmos pela cidade e nos depararmos com essas marcas em ônibus, muros e bancos de praça. São inúmeros desenhos, escritas e até algumas inscrições que não conseguimos identificar, e no meio dessas aleatoriedades, às vezes encontramos o símbolo da suástica nazista. Segundo a Superintendência do Transporte Coletivo de Araucária, pichações em ônibus com a suástica são esporádicas, porém ocorrem.

A cruz suástica é um símbolo carregado de uma memória triste que marcou o século XX pelas atrocidades acontecidas na Alemanha Nazista. Essa seria a primeira definição que alguém, com pouco conhecimento histórico, faria ao ver o escudo. Entretanto, poucos conhecem a trajetória da suástica, um antigo símbolo que teve os mais diferentes significados ao longo do tempo. Muitas ainda desconhecem que a apologia ao nazismo é considerada crime pela Lei 7.716/1989, que define os delitos resultantes de preconceito de raça ou de cor.  

O professor de História Rafael de Jesus Andrade de Almeida, que incluiu o tema entre suas inúmeras pesquisas, disse que o aparecimento de símbolos neonazistas pichados, rabiscados ou de outras formas pela cidade de Araucária não surpreende. Afinal, faz algum tempo que essas ideias prosperam entre muitos brasileiros, normalmente encobertas por outros apelos como por exemplo o patriotismo exacerbado ou o velho conservadorismo intransigente. “Esse movimento tem os jovens como alvo, já que é a classe normalmente mais exaltada em atos políticos. É preciso esclarecer que o nazismo é um tipo de fascismo, ou seja, vem de um movimento de extrema direita que se originou na Itália, no tempo do ditador Benito Mussolini e que fez escola mundo afora. No Brasil um exemplo é o Integralismo, com seus símbolos como a letra sigma, uniformes paramilitares e outros. O Integralismo esteve dormente por um certo tempo, mas vem sendo retomado com força, especialmente no sul do Brasil. Serve muito bem para acolher neonazistas, mantendo veladas suas verdadeiras intenções”, argumenta.

O professor também ressalta o papel da escola e do Estado acerca do tema, já que muitos dos jovens que cometem os atos e simpatizam com o movimento ainda estudam. “A escola nem sempre consegue formar uma consciência histórica mais sofisticada da nossa realidade, capaz de lidar com as contradições do nosso tempo de forma inteligente e racional, guiados pelos princípios humanistas. Nesse sentido a simples repressão não resolve. São necessárias políticas públicas comprometidas com o fortalecimento do Estado Democrático de Direito na consciência dos seus cidadãos, respeitando as mais diferentes vozes. Por fim, são inúmeros casos e historicamente conseguimos enxergar exemplos de que a repreensão não é a melhor ferramenta para combater essas questões, o diálogo e a educação serão sempre os melhores caminhos”, sugere.

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