Os jogos antigos de videogame ainda encantam jogadores de todas as idades. Esses clássicos marcaram gerações e formaram a base da indústria que conhecemos hoje, criando memórias inesquecíveis para milhares de jogadores.

Do Atari ao Super Nintendo, passando pelas locadoras de games que marcaram época em Araucária, a nova exposição do Museu Tingüi-Cuera “Uma Viagem pela História dos Games no Brasil”, ficará aberta até o dia 18 de setembro e é um portal para uma verdadeira viagem ao passado gamer.

Os visitantes poderão acompanhar o panorama da evolução dos videogames no Brasil, desde a chegada dos primeiros consoles na década de 1970 até os dias atuais. Um dos enfoques é a forma como o mercado nacional foi influenciado por políticas públicas, como a reserva de mercado, que incentivou a produção de “clones” nacionais de consoles estrangeiros e jogos adaptados ao público brasileiro.

O resgate da memória local é um dos destaques da exposição, com uma seção dedicada às locadoras de videogames que existiram em Araucária, especialmente nos anos 1990. Esses espaços, além de alugar jogos e consoles, funcionavam como pontos de encontro e convivência entre jovens da cidade. A proposta é mostrar como esses estabelecimentos contribuíram para a popularização da cultura gamer no município.

Apaixonados por videogames ainda podem jogar no local um dos jogos mais clássicos dos anos 90, Super Mario World, no Super Nintendo.

Uma paixão que ainda une os amigos

Em Araucária, existe uma galera que não deixa os videogames caírem no esquecimento. Enquanto atravessam a linha dos 40 anos, os amigos mantêm a mesma paixão pelos jogos eletrônicos que tinham na adolescência. Todos os anos, eles organizam o Encontro Anual dos Fãs de The King of Fighters – Cruel Games, um evento que virou tradição e vai muito além do jogo. O encontro celebra a amizade, a nostalgia, promove uma competição saudável e, claro, tudo com muita resenha boa entre os participantes.

Eles relembram os velhos tempos nos fliperamas, testam as habilidades nos controles e descobrem quem ainda tem o verdadeiro espírito do King of Fighters na veia. Cada rodada é uma batalha, cada vitória é comemorada como final de campeonato.

“Os encontros são marcantes, as risadas são garantidas e tem aquela rivalidade que só quem viveu sabe. Também comemoramos uma paixão em comum que atravessa gerações. Já estamos contando os dias para o próximo!”, afirma o anfitrião e um dos organizadores Adilson Boy, da Cruel Games.

Gleidson Cezar, também organizador do encontro, conta que os videogames sempre fizeram parte da sua vida. “Tive a honra de acompanhar toda a evolução dos games – desde os gráficos simples até os jogos super realistas de hoje. E mais do que diversão, os games foram responsáveis por criar laços que carrego até hoje”, afirma.

Ele relembra que na adolescência, comprar um videogame era quase impossível, e a saída era alugar nas locadoras. “Em Araucária, lugares como a Cruel Games e a Only Games tiveram um papel essencial nisso. Eles não eram apenas locadoras – eram pontos de encontro, onde amizades nasciam, cresciam e se fortaleciam. A gente se reunia para jogar, trocar dicas, disputar partidas acirradas e, principalmente, para conversar. A informação sobre novos jogos não era fácil de conseguir. A gente comprava revistas especializadas ou viajava até Curitiba para saber das novidades. E quando voltávamos, essas descobertas viravam assunto nas rodas de amigos”, conta.

Gleidson diz que hoje, mesmo com toda a tecnologia, o grupo de amigos mantém viva essa essência e todos os anos organiza um encontro na própria Cruel Games. “É dia de jogar aquele game clássico, fazer um bom churrasco e relembrar tudo o que vivemos. É um momento de nostalgia, mas também de celebração por tudo que construímos juntos. Mais do que jogos, o que os videogames me deram foi amizade. E isso, nem o tempo consegue apagar!”

Para Ralf Faeda, o encontro anual do grupo é a oportunidade perfeita de reunir o passado com o futuro. “O mesmo brilho nos olhos que tínhamos lá nos anos 90, quando ganhar do oponente era motivo de glória e perder era desculpa para a zoeira, permanece a cada vez que nos reunimos para jogar e celebrar. Sempre que um campeonato termina já começamos a pensar no próximo, na certeza de que o mais importante não é ganhar ou perder, mas manter o grupo unido e animado. The King of Fighters nunca será só um jogo para nós, mas uma bandeira que representa bons momentos, gargalhadas, superação e amizade”, declara.

Exposição no Museu Tingüi-Cuera leva você a uma viagem pelo passado dos games
Foto: Carlos Poly. Todos os anos os amigos se encontram para relembrar os velhos tempos nos fliperamas.

Serviço

O Museu Tingüi-Cuera fica na Rua Ceará, 65 – Parque Cachoeira, e funciona de segunda a sexta das 8h às 12h e das 13h às 17h, e aos sábados e domingos das 10h às 17h.