Na quarta-feira, 20 de agosto, o Conselho da Comunidade, a Vara Criminal e o Programa Guarda Mirim de Araucária realizaram a quarta edição do projeto “A paz que eu quero em casa”, destinado a promover ações educativas de prevenção à violência doméstica junto a estudantes do ensino fundamental e médio de Araucária.

O evento fez alusão à Semana da “Justiça pela Paz em Casa”, uma ação de mobilização nacional pela resolução de casos de violência doméstica, que prevê uma intensificação de júris e audiências de processos relacionados à Lei Maria da Penha em todas as comarcas do Estado. Além da intensificação de júris e audiências, são promovidos eventos, reuniões, palestras e celebração de parcerias e convênios que promovam o apoio à vítima.

A programação aconteceu no Salão do Juri do Fórum de Araucária e contou com as presenças da juíza titular da Vara Criminal de Araucária Priscila Crocetti, da chefe de cartório da Vara Criminal Carolina Ramos, da oficial de Promotoria Leticia Moreira, da advogada Pâmela Camargo representando a OAB Araucária, do presidente do Conselho da Comunidade Juscelino Katuragi e do tesoureiro do Conselho Luiz Knob, além de representantes dos Conselhos Tutelares Leste e Oeste, das Secretarias de Assistência Social e Segurança Pública e da Equipe Patrulha Maria da Penha.

Após a recepção dos convidados, a instrutora da Guarda Mirim Edna Schamne Barbosa realizou uma dinâmica ‘quebra-gelo’ com as crianças, e na sequência foram realizadas duas encenações pelos educandos da Guarda Mirim, uma com o tema “Violência psicológica e patrimonial” e a outra sobre ‘Relações Saudáveis’.

Instrutores da GMI também fizeram uma conversa com as crianças e em seguida todos acompanharam as falas dos representantes da Vara Criminal, Ministério Público, OAB, CRAM, Conselho Tutelar, Secretaria de Educação e Secretaria de Segurança Pública.

A Juíza titular da Vara Criminal Priscila Crocetti disse que esse tipo de evento é sempre muito bem-vindo, que é importante receber as crianças para momentos de esclarecimento, de tomada de consciência das situações de violência que infelizmente acometem a sociedade.

“Hoje, talvez, as mulheres e as crianças sejam as mais vulneráveis nos lares, e por isso o Agosto Lilás nos faz lembrar dessa temática. E nada pode alcançar mais resultados do que tratarmos disso com educação, com debate, com conhecimento. As crianças têm que entender que a violência não vai ser tolerada em nenhum lar. Quando trazemos as crianças para participar desses eventos, estamos tratando do presente e ao mesmo tempo do futuro, pois elas serão os jovens e os adultos de amanhã, que já levam essa mensagem boa para o seu crescimento pessoal”, destacou a Juíza.
Ainda de acordo com a magistrada, as crianças são a semente da transformação. “Orientá-las é uma forma de tentar mudar a cultura que faz com que muitas pessoas achem que é normal essa violência toda contra a mulher, o que contribui para números cada vez mais alarmantes”, pontuou.

Para a assistente social do Conselho da Comunidade, Elaine Cristina Bonvini Solochinski, que fez parte da organização, “o evento teve um impacto positivo em todos os presentes — não apenas nas crianças, mas também emocionou os adultos e representantes da rede de proteção do município de Araucária. A ocasião permitiu reforçar a importância da denúncia e apresentar o principal canal disponível: o número 153”, comentou.

A assistente social ainda lembrou que a primeira edição do Projeto “A paz que eu quero em casa” foi idealizada pela Juíza Débora Cassiano Redmond, que na ocasião exercia suas funções na Comarca local, com o apoio do Conselho da Comunidade, Guarda Municipal – Patrulha Maria da Penha e Secretaria Municipal de Educação. “A Dra Débora foi quem coordenou as três primeiras edições do projeto”, completou.

Edição n.º 1479.