O réu Vilmar Martins de Alencar será julgado pelo Conselho de Sentença do Tribunal do Juri de Araucária nesta quinta-feira (24/10). Ele é acusado de matar seu próprio irmão José Martins de Alencar, em 2006. O réu não está preso e o júri irá decidir se a partir de agora ele será absolvido pelo crime de homicídio qualificado ou se será condenado e passará a cumprir pena em regime fechado.
O crime aconteceu no dia 30 de novembro de 2006, por volta das 22h, na Rua Sônia Maria Budziak, no jardim Arvoredo. O denunciado Vilmar Martins efetuou disparos com um revólver calibre 38 contra seu irmão José Martins, que lhe atingiram a cabeça e o levaram a óbito.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o réu empregou recurso que dificultou a defesa da vítima, pois efetuou os disparos quando o irmão estava olhando para outro lado, não podendo visualizar, portanto, o ataque.
Já a defesa de Vilmar alega que ele agiu em legítima defesa, razão pela qual deve ser absolvido. A defesa afirma que na Delegacia o réu chegou a dizer que seu irmão José tinha uma residência próximo da sua, mas como era foragido da justiça, passava apenas algum tempo na casa, sempre permanecendo em lugar incerto. Disse ainda que José aparecia às vezes na casa e sempre o ameaçava, pois queria dinheiro, mas ele não lhe dava porque tinha que ajudar os pais. Declarou ainda que José sempre o ameaçava com uma faca, bem como o agredia fisicamente.
Vilmar disse ainda que no dia 29 de novembro, José estava na sua casa e por volta das 23h esteve na sua residência, e bastante embriagado, passou a lhe fazer ameaças de morte. Ele então ameaçou entrega-lo à polícia, momento em que ele teria sacado uma arma e a colocado na boca de Vilmar. Naquele dia José teria pernoitado em Curitiba.
No dia seguinte (30), por volta das 18h, Vilmar conta que retornou para casa para pegar alguns pertences, porque temia pela sua vida, e por volta das 22h, quando varria o barracão anexo ao seu quarto, viu José chegando junto com um homem desconhecido. Ainda no depoimento na Delegacia, Vilmar relatou que teria entrado rapidamente no quarto, porém José lhe chamou. Nesse momento, ele teria pego um revólver que estava guardado em cima do guarda-roupas e foi até a frente da casa, quando repentinamente o rapaz que estava com José, sacou uma arma de fogo e efetuou um disparo na sua direção, não conseguindo atingi-lo. José então teria colocado a mão na cintura, insinuando estar armado, e Vilmar, para se defender, teria efetuado dois disparos no lado do irmão e do colega armado. José também teria partido pra cima do réu, momento em que ele descarregou a arma na vítima, que entrou em óbito no local. O rapaz que acompanhava o irmão, segundo o acusado, teria sido atingido e se evadido do local.
Edição n.º 1438.