O câncer colorretal voltou a ser destaque nas mídias após o falecimento da cantora Preta Gil, aos 50 anos, no último domingo (20/07). Com a notícia da morte precoce da cantora, muito mais do que alertar a população sobre a doença em si, há um fator que está preocupando os médicos: o aumento dos casos em pessoas jovens.

De acordo com o gastroenterologista James Skinovsky, da Clínica São Vicente, antigamente, o diagnóstico do câncer colorretal era mais comum após os 50 anos. Entretanto, aumenta o número de casos de pacientes na faixa de 30 a 40 anos desenvolvendo a doença. No caso da Preta Gil, ela recebeu o diagnóstico em 2023, quando tinha 48 anos.

O doutor alerta que, a faixa etária que teve um aumento mais significativo de casos está entre 30 e 39 anos. “Nos últimos 10 anos, a incidência nessa faixa etária aumentou de forma consistente, enquanto entre os idosos os números têm se mantido estáveis ou até em queda, graças ao rastreamento mais eficiente”, explica.

Médico alerta para o aumento de casos de câncer colorretal em pessoas mais jovens
Foto: Divulgação

Não há um fator específico para o aumento dos casos, mas o atual estilo de vida das pessoas tem grande impacto, com a alimentação ultraprocessada, sedentarismo, estresse crônico, excesso de carne vermelha e álcool. Além disso, fatores genéticos também são relevantes para um diagnóstico. “Alguns pacientes jovens apresentam síndromes hereditárias, como a polipose adenomatosa familiar ou a síndrome de Lynch, que aumentam significativamente o risco de desenvolver o câncer colorretal”, destaca.

Os sintomas são os mesmos, independentemente da idade, mas o problema é que muitos pacientes mais jovens decidem ignorar ou subestimam os primeiros sinais. Segundo o especialista, é preciso ficar atento quanto a mudanças no hábito intestinal; sangue nas fezes; dor abdominal persistente; perda de peso sem motivo aparente; e cansaço constante.

Nesse novo cenário de diagnósticos antes do tempo, os exames preventivos também precisam seguir essa mesma linha. “Se antes a colonoscopia era indicada a partir dos 50 anos, hoje a recomendação é iniciar o rastreamento a partir dos 45. Para pessoas com histórico familiar, esse início pode ser ainda mais precoce. É essencial avaliar cada caso individualmente”, informa o doutor James.

Para prevenir o câncer colorretal, as pessoas precisam adotar um estilo de vida mais saudável. O médico ressalta hábitos como uma alimentação rica em fibras; consumo regular de frutas, verduras e legumes; prática de exercícios físicos; redução do consumo de álcool; e não usar o tabaco. Ele também comenta sobre o comportamento das pessoas mais jovens, referente aos tratamentos, que mesmo que as diretrizes terapêuticas sejam semelhantes em todas as idades, pacientes jovens costumam tolerar melhor a quimioterapia e cirurgias mais invasivas. Por outro lado, há o impacto emocional, já que estão em uma fase ativa da vida, muitas vezes com filhos pequenos e início de carreira.

“O câncer colorretal pode ser prevenido e tratado com sucesso quando diagnosticado precocemente. Por isso, é importante que os jovens fiquem atentos e procurem um especialista ao menor sinal de alteração”, finaliza.

Serviço

O gastroenterologista James Skinovsky atua com o CRM 15188 na Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. O telefone para contato (físico e WhatsApp) é (41) 3552-4000.

Edição n.º 1475.