Com a confirmação na última segunda-feira, 22 de setembro, de que o Solidariedade fraudou a cota de gênero nas eleições de 2024, a expectativa agora é sobre quando será efetivada a recontagem dos votos da eleição municipal. Essa é a etapa que promoverá a cassação dos diplomas de Valter Fernandes e Leandro da Academia e, por consequência, a perda das cadeiras que ambos ocupam hoje na Câmara de Araucária.

A defesa de Ben Hur Custódio de Oliveira (União) trabalha para que esse cumprimento do acórdão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aconteça o quanto antes. É possível, inclusive, que o processo fazendo esse pedido ao Cartório Eleitoral de Araucária seja protocolado ainda esta semana.
A medida é possível porque, em tese, a decisão do TRE precisa ser cumprida imediatamente, mesmo que o Solidariedade ainda possa recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Isto porque o recurso ao TSE não tem o chamado efeito suspensivo.

Ainda sobre este assunto, o que temos visto desde que o TRE encerrou o julgamento em segunda instância é a euforia de Ben Hur e Ricardo Teixeira, que andavam vivendo um período de notícia ruim atrás de notícia, quase um inferno astral. Tanto é que já na segunda passada colocaram suas melhores roupas, fizeram a barba e foram à Câmara dar aquela passeada pelos corredores da Casa e trocar aquela ideia básica com o presidente Eduardo Castilhos. Pareciam jogadores recém-contratados. O discurso era o de “estamos vindo para somar”.

Já entre aqueles que estão vivendo os últimos dias de mandato aguardar o julgamento de segunda-feira foi coisa para testar o coração. Isso porque o voto do presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Sigurd Roberto Bengtsson, foi-lhes favorável. Na sequência outro desembargador, Osvaldo Canela Junior, também mudou seu posicionamento e decidiu seguir o presidente. Teve gente que bateu na mesa, gritou e só faltou soltar o bordão “vai ter emoção até o fim”. Mas a reação parou por aí. Placar final: 5 a 2. Ben Hur e Ricardo Teixeira dentro. Valter e Leandro fora.

E com a iminência da perda dos mandatos, Valter e Leandro parecem estar vivendo as fases do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. O primeiro parece estar evoluindo melhor nesse duro momento e já aceita que perdeu. Já com Leandro o processo tem sido mais devagar. Segue negando a decisão do TRE e dizendo – talvez pra si mesmo – que não houve fraude, muito embora a Justiça Eleitoral tenha dito o contrário.

Edição n.º 1484.