O Reino dos Céus está próximo!

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Ao iniciar a sua missão às margens do mar da Galileia, Jesus viu uma grande multidão desamparada, esquecida, ignorada, abandonada e teve compaixão, porque eram ‘como ovelhas sem pastor’. Sentiu-se profundamente tocado por esta realidade de dor, de sofrimento, de abandono e começou então a sua pregação, dizendo que o Reino dos céus estava próximo. Para instaurar este Reino, ele escolheu os doze apóstolos, enviando-os com a nobre missão de curar os enfermos, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios. Iniciava ali o cristianismo, que tem como desafio e compromisso, ir ao encontro dos mais pobres, excluídos e marginalizados da sociedade, resgatando neles o sublime direito à vida, e, como disse o próprio mestre, vida em abundância.

‘Curar os enfermos’ de corpo e alma. Aqueles que sofrem de alguma doença física ou emocional. Levar a eles a possibilidade da cura e da libertação. ‘Ressuscitar os mortos’, caídos por terra, diante das adversidades da vida. Mortos são todos aqueles que perderam o gosto pela vida, que estão literalmente estendidos no chão duro da existência, que estão desanimados e abatidos. Construir o Reino dos Céus significa levar a eles uma palavra, um gesto e uma ação de conforto, de fé e de esperança. ‘Purificar os leprosos’, limpar esta sociedade de tanta mentira e hipocrisia. Lepra é toda desgraça que não permite as pessoas viverem de modo digno, criadas à imagem e semelhança de Deus. ‘Expulsar os demônios’, expelir todo tipo de maldade, de ódio, de destruição, de vingança que toma conta das pessoas, criando uma sociedade mais humana e menos selvagem.

Para instaurar o Reino dos Céus já aqui na terra, Jesus contou com os doze, para que estivessem com ele e aprendessem na sua escola. Líder é aquele que prepara os liderados a fim de darem continuidade ao seu projeto de vida. Jesus sabia que sua passagem por este mundo seria breve, e, seriam os discípulos aqueles que iriam sair pelo mundo afora, levando a sua boa nova, o seu evangelho de salvação. Ele deixa bem claro aos apóstolos, que o seguimento à sua proposta, exigiria deles total desprendimento, a fim de serem sinais de esperança, àquele povo machucado, abandonado pelas autoridades civis e religiosas da época, deixando-o a deriva, ‘como ovelhas sem pastor’.

Seguir Jesus quer dizer colocar-se na dinâmica da construção do Reino dos Céus. Esta é a grande e sublime proposta do Mestre no início da pregação e até o final dos tempos. E, assim como no tempo de Jesus, hoje vemos também o povo ‘como ovelhas sem pastor’. Tantas pessoas sofridas, desorientadas, abandonadas, caídas por terra, desanimadas, empobrecidas, amedrontadas com o futuro, sobretudo, neste tempo de pandemia. O olhar do cristão, seguidor de Jesus, só pode ser de compaixão, de empatia, de misericórdia, buscando meios e recursos para ajudá-los através de gestos concretos de solidariedade. Para seguir Jesus, não basta cumprir os preceitos religiosos, conhecer as normas e a doutrina moral, mas, mais do que tudo, ir ao encontro dos que mais precisam e necessitam de ajuda. Hoje, de modo amplo e doloroso, vemos tantas pessoas enfermas, afetadas pelo Covid19 e também por tantas outras doenças físicas e emocionais. Encontramos tantos rostos com cara de morte, diante das agruras e adversidades do dia a dia. Uma sociedade leprosa, que precisa ser purificada de tanta sujeira. Muitos demônios presentes no coração das pessoas maldosas, dominadas pelo ódio e pela vingança. Hoje, somos nós os enviados a sermos construtores do Reino dos Céus.

Publicado na edição 1216 – 11/06/2020

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