Os japoneses da Fazendinha

Família Tanaka em lavoura de tomates na Fazendinha em 1958
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A população de Araucária configura-se como uma bela mistura étnica formada por diversos povos. Quando o governo brasileiro empreendeu a política imigratória, iniciada no século XIX, que visava à colonização e produção de alimentos – e que no Paraná foi responsável pela criação das diversas colônias de imigrantes, os japoneses foram uma das últimas levas que chegaram ao Brasil, em 1918.

De início estabeleceram-se no interior de São Paulo, onde trabalhavam com produção de café e algodão, e na década de 1950 algumas famílias se aventuraram até Araucária, instalando-se na região da Fazendinha. Chegando ali encontraram muitas dificuldades. De início apenas duas famílias possuíam caminhão para levar a produção para ser comercializada, porém, as estradas ainda eram carroçáveis, por isso levavam até 3 horas para chegar à cidade de Araucária. Começaram plantando tomates, depois frutas e acabaram sendo os responsáveis pelas maiores granjas de avicultura do município.

Os japoneses da Fazendinha

Foram tão bem-sucedidos na produção de frutas que em 1971 organizaram na colônia Fazendinha a Primeira Festa do Pêssego. E, como também se destacavam na produção avícola, em 1974 realizaram a Segunda Festa do Pêssego e a Primeira Festa do Ovo, ambas na colônia Fazendinha. Em 1975 essas festividades se uniram dando origem à Festa do Pêssego e do Ovo, e no ano de 1976 a prefeitura municipal assumiu a parceria com a comunidade e o local da festa deixou de ser a Fazendinha, tornando-se uma grande festividade que passou a identificar Araucária.

Os japoneses que possuíam granjas na Fazendinha foram os únicos a contar com energia elétrica na década de 1960, comprada da Companhia Força e Luz e paga em dez anos. A eletricidade de forma geral só iria começar a chegar à região na década de 1970. Na colônia também existiu o Araucária Nipon Tinkai ou Clube Nipo-Brasileiro Fazendinha, onde eram realizadas festas com comidas típicas japonesas, brincadeiras e peças teatrais organizadas pelos próprios moradores, além de aulas em japonês e atividades esportivas, como beisebol e atletismo. Com o passar dos anos a maioria de seus descendentes partiu para os centros urbanos em busca de condições melhores de estudo e trabalho, restando a cada “batian” e “ditian” (avó e avô em japonês) as memórias dos tempos passados.

Os japoneses da Fazendinha
Família Tanaka em lavoura de tomates na Fazendinha em 1958

 

Texto: Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono

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