Deus tanto amou o mundo, que enviou seu Filho para revelar plenamente o seu rosto amoroso, misericordioso e compassivo. A vinda do Menino Deus foi cercada de mistério, desde o anúncio pelo anjo Gabriel à Virgem Maria, até o seu nascimento. É o grande mistério da encarnação, ou seja, Deus que se faz gente, assume a nossa corporeidade e vem viver no meio de nós. Pouco sabemos da sua infância e muito menos, sobre a sua vida dos 12 aos 30 anos. Permanece um grande mistério, mas, eu imagino que esse período tenha sido fundamental para que Jesus fosse se preparando para anunciar ao mundo a Boa Nova do Reino. Ele está ‘escondido’, para depois se manifestar na totalidade, revelando ao mundo o verdadeiro rosto do Pai. Ao longo da história, Deus se revelou de modo indireto, através dos profetas. Mas, em Jesus, ele se revela totalmente quem ele é. Para conhecer e saber quem é Deus, é preciso saber e conhecer quem é Jesus. O Jesus da história, que andou na Galileia pregando o evangelho, que é a Boa Nova do Reino, através de palavras, gestos e ações.

Para nós, cristãos, Jesus é o Messias prometido e enviado do Pai, para salvar a humanidade de todos os seus pecados. A sua vinda é carregada de muita simplicidade e humildade, nascendo numa manjedoura em Belém. Os primeiros a acolhê-lo não foram os sumos sacerdotes, nem os poderosos de Israel, mas os pastores, pessoas odiadas e rejeitadas pela sociedade da época. Desde o início, Deus quer demonstrar claramente, que enviou seu Filho ao mundo para os pecadores, e, não para aqueles que se julgam os perfeitos e já salvos. Mais tarde, ele mesmo vai afirmar: ‘não são os sadios que precisam de médico, mas os doentes’. Aos pastores o anjo vai dizer: ‘eis que vos anuncio uma Boa Notícia. Nasceu hoje, em Belém para vocês, Jesus o Salvador’. É para eles, os fracos, os pecadores, os rejeitados pela sociedade, que nasceu Jesus, o Messias, o Salvador.

Natal é a festa do amor, do imenso amor de Deus para com todos os seres humanos. Esse amor que se transforma em luz, que veio iluminar as pessoas de Boa Vontade, a redirecionarem o caminho, a mudarem suas atitudes, a serem homens e mulheres do bem. De um amor que se manifesta em família, a família de Nazaré, Jesus, Maria e José. Natal é a festa da família, do encontro, do perdão, da reconciliação, do abraço, da união, entre avô, avó, pai, mãe, filhos e irmãos. Existe no ar algo diferente, que nos faz crer que o mundo pode ser melhor. Renovamos nossa esperança de tempos melhores, de mais amor e fraternidade. Que bom que o Natal existe, e, a cada ano nos aproxima, renova o desejo de sermos melhores e mais irmãos.

Natal – o amor está solto no ar. Natal – tempo de luz e de esperança. Natal nos faz recordar nossa infância, e, porque não, a ilusão do Papai Noel. Quanta alegria, quantas saudades, quantas belas recordações de um tempo que não volta mais. No entanto, as lembranças boas e agradáveis, nos fazem crer que o mundo pode ser melhor, que as pessoas podem viver mais como irmãos e que existe a possibilidade de dias melhores. Somente o amor é capaz de renovar essa ilusão, essa utopia de tempos melhores. Sejamos neste Natal, sinais do amor de Deus e que o nosso coração seja a manjedoura que acolhe novamente o Menino Deus, com muita festa e alegria. O amor tudo transforma, torna novo tudo de novo e faz brotar uma luz no meio do caminho.