A subida de Jesus aos céus, ou seja, a sua volta para o Pai, pode ter provocado a sensação de distanciamento, de afastamento, ou até, de despedida de alguém que não voltará mais. Talvez essa foi a sensação inicial dos apóstolos, diante da eminente partida de Jesus. No entanto, aos poucos, eles vão descobrindo que ele não partiu definitivamente, muito contrário, continua vivo e presente em todos os lugares. Antes, quando estava aqui na terra, sua presença era localizada; depois, o seu espírito estará presente em todas as partes do mundo. Ele mesmo afirma: ‘eis que estarei convosco até o fim dos tempos’. Ele garante que não os deixará jamais, mas, que seu espírito estará presente, em todos os momentos, em todos os lugares, guiando seus passos, assim como, dirigindo a Igreja até o final dos tempos.
Sua presença física deixou de se fazer presente, desde o momento em que ele foi morto e sepultado. No entanto, Jesus ressuscitou e não morrerá jamais e seu espírito estará guiando a vida da Igreja em todos os momentos e lugares. Os apóstolos são movidos por esse espírito do próprio Jesus, que os envia em missão dizendo: ide pelo mundo inteiro e pregai o evangelho a toda criatura’. Parecia algo utópico, imaginando que eram apenas 12 apóstolos e provavelmente mais algumas mulheres, a serem os seguidores do Mestre. No entanto, o Espírito de Jesus, o Espírito Santo, vai atuando em diversos lugares, movendo muitas pessoas e muitas comunidades como seguidores da sua Boa Nova, do seu Evangelho. Rapidamente, o número de seguidores vai se expandindo e gerando novas pessoas para a vida cristã. Aquilo que poderia ser apenas uma grande utopia, vai se tornando uma realidade.
A Ascensão de Jesus aos céus, portanto, não nos remete a saudade de alguém que se foi e não voltará jamais, mas sim, a festa do compromisso de dar continuidade à Boa Nova anunciada pelo Mestre. O seu espírito continuará presente, animando, entusiasmando, guiando, dirigindo aqueles que livremente assumirem a missão de serem construtores do Reino de Deus. E serão os apóstolos os primeiros anunciadores do evangelho, por todos os cantos do mundo. Por isso, a Igreja é católica, ou seja, universal e a igreja também é apostólica, porque alicerçada na fé e no testemunho dos apóstolos. Eles vivem plenamente aquilo que pregam, através do exemplo de vida, do ministério feito na gratuidade e no entusiasmo com que falam de Jesus, e, mais, procurando viver aquilo que ele viveu.
Hoje, a festa da ascensão de Jesus, quer renovar o compromisso de cada cristão em dar continuidade ao evangelho do Mestre. O seu espírito desceu sobre cada cristão no dia do batismo e foi plenamente renovado na crisma. E é esse seu espírito que move cada batizado e crismado, a ser neste mundo testemunha do ressuscitado. Através das nossas palavras, devemos apresentar o rosto profundamente misericordioso do Mestre Jesus. Palavras de esperança, de conforto, de coragem, de entusiasmo. Mas, não bastam palavras, pois, toda a nossa vida deve ser um sinal da presença do Cristo ressuscitado em nosso meio. Nossos gestos, nossas ações, devem testemunhar o grande amor de Deus para com a humanidade. Enviados em missão, sejamos testemunhas vivas do imenso amor de Deus por cada um de nós.
Edição n. 1363