A vinda de Jesus ao mundo mudou radicalmente a história e o percurso da humanidade. Existe um antes e um depois de Jesus, claramente distintos. A sua passagem por esta terra foi muito impactante, mexeu com as estruturas, trouxe esperança para todos, especialmente para os mais pobres e sofredores. Ele falava com um jeito único, entusiasta, carregado de uma energia inexplicável, que tocava o coração de todos os que o escutavam. Era uma fala carregada de paixão pelo ser humano e pela sua realização plena. Um jeito de ser que acolhia a todos, sem distinção de classe social, de raça ou de qualquer outro preconceito. Jesus via a pessoa na sua dignidade, tratando-a com respeito, ternura e uma profunda misericórdia.

Jesus é o enviado do Pai para revelar plenamente o seu rosto, cheio de amor e compaixão. Esse é o Deus que Jesus apresenta por onde passa, atraindo a si tantas ovelhas, que como ele mesmo disse, estavam como que sem pastor. Ele acolhe a todos, traz para junto de si e os restaura por dentro. Tudo isso só foi possível porque o que movia o Mestre dos Mestres, era o amor puro, sincero, verdadeiro e incondicional. Um amor que se traduzia em gestos concretos de solidariedade para com os mais sofredores. Nunca ninguém amou como ele; nunca ninguém falou como ele; nunca ninguém acolheu como ele; nunca ninguém foi tão humano como ele. Em Jesus nós encontramos a plenitude do amor, que se manifesta em palavras, gestos e ações.

O mandamento novo que Jesus prega, na verdade, dá continuidade aos mandamentos recebidos por Moisés no Monte Sinai. Mas ele trouxe uma grande novidade: viveu tão plenamente o amor, a ponto de dar a vida para nos salvar. Nunca alguém tinha realizado tal gesto, de modo tão pleno e profundo. E é por isso que ele vai falar: ‘amai-vos uns aos outros, como eu vos amei’. Esse amor de Jesus quer ressoar no coração de cada um de nós, para que sejamos como ele. O seguimento ao Mestre significa exatamente isso: ser como ele; amar como ele; acolher como ele; falar como ele. Seguir a Jesus nos compromete com um jeito novo de ser, contrário a tantas vozes mundanas que propagam o ódio e o preconceito.

O mundo atual está carente desse amor incondicional e verdadeiro. Existe muita hipocrisia, um falar abstrato sem gestos concretos de amor. Lembro nesse momento do papa Francisco que nos deixou faz pouco tempo, e, percebo o quanto ele se aproximava do jeito de ser do Mestre. Assim como Jesus, que só pregou o amor e fez o bem, mas foi tão criticado, o papa Francisco viveu na pele essa mesma experiência. Mas, em nenhum momento se deixou abater, pelo contrário, continuou a pregar dizendo: “não se cansem de fazer o bem; o amor vencerá; a luz é mais forte do que as trevas”.

Nessa mesma direção, acompanhamos as primeiras palavras e gestos do nosso papa Leão XIV, carregados de grande ternura e compaixão. No seguimento a Jesus e nas pegadas de Francisco, ele nos apresenta algumas características do mandamento novo: criar pontes e não muros; sermos defensores da paz; caminhar juntos, como irmãos; ir ao encontro dos pobres e marginalizados. Esse foi o jeito de ser de Jesus, que se reflete em nosso papa Leão XIV e que deve ressoar no coração de cada um de nós.

Edição n.º 1465.