A história em torno do desaparecimento da husky siberiana Maya, ocorrido na madrugada de quinta-feira, 2 de outubro, ainda está longe de acabar. A cachorra escapou do condomínio da família no bairro Iguaçu e acabou entrando no terreno do vizinho, onde teria atacado algumas galinhas. O problema é que desde aquele dia, apesar de todas as tentativas de buscas feitas pelo tutor Cleber, Maya não foi mais localizada.

Filmagens de uma câmera de segurança do condomínio mostram o último dia em que Maya foi vista. Ela foge por debaixo do portão e em seguida caminha pela rua Paranavaí. Na sequência, entra em um terreno pelo portão, que está aberto. O tutor de Maya também teve acesso a imagens da câmera de segurança de uma casa que fica em frente ao imóvel em que a cachorra entrou, as quais mostram que por volta das 7h uma pessoa tenta entrar na casa e se depara com a cachorra próxima ao portão, que agora está fechado. Essa pessoa parece conversar com alguém que está do lado de dentro do imóvel. Poucos minutos depois é possível ouvir um estampido e uivos de dor da cachorra. Após isso, o homem que estava do lado de fora do imóvel entra tranquilamente pelo portão.

A Delegacia de Proteção e Meio Ambiente (DPMA), de Curitiba, que assumiu as investigações em torno do caso, informou que após verificar as imagens de câmeras de segurança de imóveis vizinhos, o tutor descobriu que Maya teria sido perseguida pelo dono do imóvel no qual ela entrou. Disse ainda que a esposa do tutor conversou com esse vizinho, que admitiu ter jogado uma pedra em Maya para espantá-la e que em seguida a cachorra foi em direção a um banhado.

“A investigação está em um momento sensível, algumas informações ainda não podem ser divulgadas. Já examinamos diversas imagens de câmeras e ainda buscamos possíveis testemunhas para tentar localizar a Maya. Trabalhamos em duas frentes: a primeira, na tentativa de localizar a Maya, e a segunda, para responsabilizar criminalmente o autor, eventualmente por ter maltratado ou até mesmo matado a cachorra”, explicou o delegado Guilherme Dias.

O delegado ressaltou que a DPMA está adotando todas as técnicas de investigação possíveis e tomando as medidas legais cabíveis para tentar elucidar esse caso. “Se os maus tratos forem comprovados, o autor poderá pegar de 2 a 5 anos de reclusão, e caso se confirme a morte da Maya, a pena pode ser ampliada”, frisou.

O tutor registrou boletins de ocorrência assim que Maya desapareceu, tanto na Delegacia de Araucária quanto na DPMA. Ele alegou que está inconformado com o desaparecimento da cachorra e que não vai sossegar enquanto não descobrir o que aconteceu com ela. “Não vou deixar baixo, quero que os responsáveis paguem pelo que fizeram. Eles estão com medo, chegaram a registrar um boletim de ocorrência contra mim e instalaram várias câmeras de segurança pela chácara. O medo deles é que a verdade venha à tona. Mas eu estou tranquilo, porque não fiz nada disso”, relatou.

Edição n.º 1486.