A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou uma nova diretriz referente a temperatura considerada febre em crianças. O que antes era definido com a temperatura 37,8°C, agora passou a ser considerada de 37,5°C. A pediatra geral Claudia Borges, cooperada Unimed da Clínica São Vicente, explica que a febre é a elevação temporária de temperatura corporal, sendo uma resposta fisiológica e um mecanismo de defesa do sistema imunológico. Com esse ‘sinal’ do organismo, a pessoa consegue identificar que o corpo está combatendo uma doença ou infecção.

“A mudança do valor de referência para febre em crianças ocorreu para alinhar as diretrizes brasileiras com pesquisas e consensos internacionais mais recentes. A mudança do valor da febre para 37,5°C aplica-se especificamente à medição axilar, onde altera a conduta dos pais e profissionais de saúde principalmente ao antecipar o estado de alerta, focando menos no número exato e mais no bem-estar geral da criança”, destaca a médica.

Segundo ela, os principais motivos para que a atualização tenha ocorrido, são a padronização para buscar uniformizar a definição de febre em crianças, com os padrões já adotados globalmente; reconhecimento precoce, onde a nova diretriz permite que os responsáveis pela criança identifiquem a febre mais cedo, para que seja feita uma observação mais atenta, e se for preciso, uma avaliação médica, principalmente em situações que envolvam bebês e crianças com outros sintomas preocupantes. Além disso, os profissionais de saúde também podem oferecer ao paciente uma orientação melhor sobre controle da febre e sobre qual é o momento em que se deve procurar atendimento.

“A atualização da faixa de temperatura pode ajudar a evitar tanto diagnósticos equivocados quanto o uso desnecessário de medicamentos. A principal forma de evitar o uso desnecessário de medicamentos é a ênfase na avaliação do bem-estar da criança, e não apenas no valor numérico da temperatura. Com foco no desconforto e não no número, a nova diretriz reforça que o objetivo do tratamento da febre é aliviar o mal-estar (ex: irritabilidade, dor no corpo e apatia), e não apenas fazer a temperatura voltar ao normal.

Pais e profissionais de saúde são orientados a medicar a criança apenas se ela estiver desconfortável”, descreve a profissional.

A médica orienta que o momento em que o atendimento médico deve ser procurado em caso de febre depende da idade da criança, da altura da temperatura e dos sinais e sintomas associados. Ela salienta que, sendo a febre um mecanismo de defesa, nem sempre é necessário a ida ao médico.

A doutora Claudia cita algumas situações onde o atendimento médico é crucial: em casos de bebês menores de 3 meses, a orientação é que o médico sempre deve ser procurado imediatamente se apresentar febre, onde a temperatura axilar seja igual ou superior a 37,5°C, porque mesmo sendo uma febre baixa, pode indicar uma infecção grave; para crianças de 3 a 36 meses a busca por atendimento deve ser feita se a febre persistir por mais de 3 dias, ou se a criança estiver muito doente, irritada ou apática; em crianças de qualquer idade, procure um médico se a febre ultrapassar a temperatura de 40°C a 41°C.

Temperatura considerada febre em crianças passa a ser de 37,5°Ce pais devem ficar em alerta
A médica afirma que a automedicação pode agravar a saúde da criança

Há vários sinais de alerta que os pais devem prestar atenção caso apareçam numa criança com febre. São eles: dificuldade para respirar, com respiração muito rápida, ofegante, com esforço ou chiado; quando a criança está muito ‘molinha’, tendo dificuldade ao acordar, apática ou não interage como de costume; irritabilidade extrema, choro inconsolável ou uma irritabilidade incomum; sinais de desidratação, como boca seca, ausência de lágrimas ao chorar, olhos fundos, diminuição acentuada da quantidade de urina; vômitos e diarreia persistentes que impedem a hidratação oral; alteração na pele, como manchas vermelhas ou arroxeadas que não desaparecem ao pressionar a pele; dor de cabeça forte, dor de ouvido intensa, dor abdominal ou rigidez na nuca; convulsões febris; e piora do estado geral, onde a criança parece progressivamente mais doente mesmo após medicação para a febre.

“A automedicação desempenha um papel significativo no agravamento de casos febris em crianças. Os principais riscos e consequências incluem o mascaramento de sintomas e atraso no diagnóstico, ocultamento da gravidade da condição, riscos de intoxicação e overdose, e efeitos colaterais e danos orgânicos ao uso indevido de certos medicamentos que podem ser prejudiciais ao organismo”, finaliza a pediatra.

SERVIÇO

A pediatra geral Claudia Borges atende puericultura e atua com o CRM 24084, sendo cooperada Unimed na Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no centro de Araucária. O telefone/WhatsApp para contato é o (41) 3552-4000.

Edição n.º 1490. Victória Malinowski.