A resolução publicada nesta quinta-feira, 23 de setembro, pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA), determinando o retorno de todos os alunos da rede estadual de ensino ao modelo presencial, pegou os colégios estaduais de surpresa. A determinação restringe a oferta de aulas remotas somente para estudantes com comorbidades ou em isolamento por infecção da Covid-19. No caso dos estudantes com comorbidades, os colégios deverão exigir o atestado médico.
Um das justificativas do governo estadual para a medida seria o fato de o Ministério da Saúde ter voltado atrás e liberado a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos, o que deverá ocorrer nas próximas semanas. Outro motivo seria o cenário da pandemia, com ocupação estável de leitos de UTI e enfermaria e queda na média móvel de casos e óbitos.
Na segunda-feira
De acordo com a SESA, o retorno de todos os alunos deverá ocorrer na próxima segunda-feira, 27. A resolução também substitui a anterior, que permitia que os pais ou responsáveis pelos alunos optassem entre aulas presenciais ou remotas.
A Secretaria de Estado de Educação (SEED) ainda não emitiu nenhum comunicado oficial às direções dos colégios estaduais, mas adiantou que uma resolução deverá sair nas próximas horas. A SEDD apenas disse que as escolas terão uma semana para se adaptarem à nova determinação e informar aos pais e responsáveis que estão com os filhos em casa.
Chamada de última hora
Dao tomarem conhecimento da resolução, diretores de alguns colégios estaduais de Araucária começaram a convocação dos alunos que estavam no remoto, para o retorno já na próxima semana. É o caso do Colégio Estadual Professor Julio Szymanski, no Centro. Embora a resolução tenha sido emitida “em cima da hora”, segundo afirmou a direção, o contato com todos os alunos já foi feito e na próxima semana a instituição deverá suspender as atividades remotas, exceto para os alunos que não são obrigados a voltar (comorbidade e Covid).
A direção do Szymanski disse que as salas estão sendo reorganizadas dentro das novas medidas de biossegurança (confira abaixo), que constam na resolução, faltando apenas a chegada de algumas carteiras novas. “Como a notícia do retorno foi de última hora, acreditamos que alguns alunos não consigam vir na segunda-feira, então planejamos uma aula via classroom, valendo presença para todos, para que ninguém seja prejudicado”, explicou a direção.
No Colégio Estadual Agalvira Bittencourt Pinto, no Jardim Industrial, o chamamento dos alunos também já começou e nesta sexta-feira (24) a instituição está correndo contra o tempo para reorganizar todas as salas de aula. “Fomos pegos de surpresa e estamos correndo para tentar atender a resolução, porém nossa equipe de trabalho está bem reduzida e isso pode ser um problema”, comentou a direção.
No Colégio Estadual João Nerli, que fica no jardim Dalla Torre, a situação é diferente. A instituição funciona em regime de dualidade com o Município, e qualquer intervenção na estrutura das salas de aula, precisa ser decidida em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação. Por isso, a direção se reunirá com a Prefeitura na próxima segunda-feira, para definir sobre a organização das salas, e só depois fará a convocação de todos os alunos para o retorno presencial. “Durante o ensino híbrido, também fizemos remoções de carteiras para garantir o distanciamento necessário, sendo assim, não teríamos mesmo tempo hábil de organizar tudo até segunda-feira”, explicou a direção.
No Colégio Estadual Marilze da Çuz Brand, localizado no jardim Fonte Nova, a situação está razoavelmente tranquila. Segundo a direção, todos os alunos já foram convocados para o retorno na próxima segunda e as salas estão organizadas para recebê-los. “Nós conseguiremos voltar tudo ao normal, conseguimos nos organizar rapidinho”, disse a direção. Da mesma forma o Colégio Guajuvira disse que já avisou todos os alunos sobre o retorno e organizou as turmas, conforme o número de estudantes e o tamanho das salas, de forma a garantir o distanciamento. “Já estávamos com um bom percentual de alunos vindo no presencial, agora é só uma questão de se adaptar com um número um pouco maior”, afirmou a direção.
No Colégio Estadual Joana Gurski, que fica no Rio Verde Acima, a direção informou que está aguardando um comunicado oficial da SEED e só depois irá se reorganizar para o retorno de todos os alunos.
Medidas de biossegurança
A resolução emitida pela SESA mantém medidas de biossegurança para as atividades presenciais nas escolas e determina o distanciamento de 1 metro entre as mesas nas salas de aula. Nas escolas onde não for possível abrigar todos os alunos com o distanciamento mínimo, será possível fazer um revezamento com aulas remotas.
Porém a resolução orienta que, caso seja necessário, as escolas devem reorganizar as salas de aula para que todos os alunos possam acompanhar as aulas presenciais com o distanciamento recomendado.
Foi mantido o uso obrigatório de máscaras, o não compartilhamento de objetos e utensílios pessoais e a limpeza e desinfecção do ambiente e superfícies.
