Esta semana, novamente, tive a oportunidade de acompanhar uma audiência de apresentação da proposta de lei orçamentária do Município para o ano de 2018. E, novamente, foi com um misto de decepção e entusiasmo que via os slides de como a arrecadação e a despesa municipal deve se comportar no ano vindouro, isso – claro – se tudo ocorrer conforme estimou a Secretaria de Planejamento da Prefeitura.
A decepção mencionada acima, diga-se de passagem, se dá porque, novamente, o plenário do anfiteatro da Prefeitura, onde acontecia o encontro, estava pouco ocupado daquelas pessoas que numa audiência, dita pública, realmente interessa. Ou seja, o cidadão comum, a liderança comunitária, o representante de conselho de controle social. Enfim, o povo mesmo!
E, não adianta, quando o cidadão comum não ocupa esses espaços, invariavelmente, quem o faz acaba ditando os rumos de nosso Município. E, mesmo que essas pessoas estejam bem intencionadas, as chances de que eles cometam equívocos ao elencar as prioridades do orçamento municipal é sempre razoável. Isso porque, sem discussão, sem ouvir o contraditório, sem conversar com as pessoas para quem as políticas públicas são teoricamente pensadas, não é possível entender e alcançar as reais necessidades de quem vive na terra dos briosos tinguis.
Araucária, com seus pouco menos de 150 mil habitantes e orçamento anual na casa de um bilhão de reais deveria ser uma comunidade com cidadãos mais presentes e efetivamente interessados na construção de uma cidade melhor. Isso porque o binômio muito dinheiro/baixa população deveria fazer com que vivêssemos num eldorado de prosperidade.
Infelizmente, no entanto, hoje isso não acontece. E boa parte da culpa é de quem não participa. O cidadão comum parece ter perdido a esperança em participar. Prefere terceirizar a sua responsabilidade para com a cidade onde reside. Terceiriza para o representante da associação de moradores, ou para o sujeito do conselho municipal, ou para o vereador, ou para o prefeito, ou para a imprensa, ou para a Justiça, ou para o Ministério Público. E, quando nada disso dá certo, simplesmente se conforma e acha que ele foi o esperto por não ter participado. Isso quando ainda não solta um “eu já sabia que não daria em nada” e vai para frente do computador reclamar desse pessoal todo aí de cima. Ora, o que ele não entende é que não deu certo justamente porque ele não participou.
Mas, apesar desse cenário de descrença popular, ainda acredito que o futuro, as próximas audiências, conferências e instrumentos de participação popular nos propiciarão debates mais acalorados de ideias. Por que acredito? Não sei! Apenas acredito!
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