Realizada no domingo (20/11), a Maratona de Curitiba, tradicional evento do calendário de corridas de rua do Brasil, reuniu 10 mil atletas em provas de 42 km, 21 km, 10 km e 5 km. Entre esses milhares de participantes estavam 12 araucarienses, representando a Equipe Rodrigues. O grupo concluiu a prova com sucesso e o destaque ficou por conta dos estreantes, que venceram seus limites e também cruzaram a linha de chegada.
No percurso de 42 km correram os atletas Eudes, Márcio Estimiano, Thiago, Eduardo, Jocilei e Raquel. Nos 21km correram Odair, Everton e André, e nos 10km os atletas Bruno Soares, Valter Silva e Márcio Castro.
Estreante em maratonas, Eudes Erdeman disse ter ficado bastante emocionado ao concluir a prova. “Hesitei muito até decidir me inscrever. Treinei 14 semanas, mesclando treinos leves e de longas distâncias. Minha intenção era apenas concluir a prova, não almejei pódio. Saí de leve até a metade do percurso, porque a maratona de Curitiba é a prova mais dura entre as capitais dos estados brasileiros, por ter muitas subidas e descidas. Mas quanto mais próximo do fim, o sentimento de vencer os limites se confirmava. Nos quilômetros 39 e 40 foi muito difícil, já com a temperatura elevada, muito sol e com as maiores subidas na minha frente, como se fossem um paredão, ainda assim ultrapassei dezenas de corredores fadigados pelo caminho. Quando faltava 1 km meus amigos da Equipe Rodrigues estavam me esperando e vieram me incentivar. A emoção várias vezes tomou conta, até que enfim venci o meu desafio pessoal, cruzei a linha de chegada, chorei de emoção e corri pro abraço”, disse Eudes.
O atleta Márcio Estimiano achou a prova linda, mas que exigiu um condicionamento acima do normal dos participantes, por se tratar de um percurso desafiador. “Tive que percorrer grande parte do percurso com um propósito apenas de finalizar, pois eram 42.195km e conseguir chegar já foi uma grande vitória”, declarou.
Outro estreante em maratonas foi o atleta Thiago Michell Repetcki. Para ele, concluir a prova foi uma experiência incrível e emocionante. “Foi um dos percursos mais difíceis que já corri, o desafio foi muito maior, comecei a sentir a partir do km28, onde vieram algumas subidas, e a partir daí meu rendimento foi caindo. Segui e consegui me concentrar, ignorar a dor e fui levando quilômetro por quilômetro, as pessoas na rua, as bandas, os staffs, tudo isso gerou uma energia que jamais senti. Tive a surpresa de encontrar o Hailton no km36 e o Pedro (meu treinador) logo em seguida. Eles me puxaram até o final. Sem eles, a chance de desistir seria muito grande, pois eu não tinha mais forças, a dor, o cansaço já estavam me consumindo”, comenta. Thiago falou que no km40 passou um filme pela sua cabeça, lembrou de todos os sacrifícios, treinos, dietas, das pessoas que o ajudaram e o motivaram. “Quando finalmente vi a linha de chegada, não resisti e terminei a prova chorando. Dedico essa corrida ao meu pai, que justamente no final de semana da maratona, acabou sendo internado e passou por uma cirurgia, corri com ele na mente. Ele está bem e muito orgulhoso”, comemorou.
Jocilei Fernandes Nunes se preparou para essa maratona, disse que fez vários treinos, alguns com chuva, frio, sol quente, totalizando quase 3 meses de preparação. “Eu tinha uma meta de fazer uma boa maratona, mas quando cheguei no km21, comecei a sentir muita canseira e a vontade era de sentar e desistir, pois o que tinha planejado, não iria mais conseguir. Mas pensei nos treinamentos e falei para mim mesmo que iria terminar e não importaria o tempo que levasse e nem me importaria de cruzar a linha de chegada andando. Então quando cheguei nos 38km, bateu um desespero maior, sabia que teria uma subida pela frente. A vontade era terminar, então segui mesmo assim, com muito cansaço e muita dor no corpo. Quando faltavam alguns metros e vendo toda aquela galera vibrando, consegui buscar forças para terminar e cruzar a linha de chegada. Essa não foi a maratona que eu esperava, no entanto, consegui terminar em 4 horas, apesar de toda dor e cansaço. Depois que cruzei a linha, falei comigo mesmo, o que eu estava fazendo ali, isso era coisa de louco. Como não fiquei muito feliz com o meu tempo, ano que vem já vou me preparar para ir melhor. Essa não foi a primeira e não será a minha última maratona. Bora pra próxima”, brincou o atleta.