COMEC pede quinze dias para assumir linha Tupi-Pinheirinho

A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC) estipula que num prazo de cerca de quinze dias para concluir os estudos técnicos sobre a linha Tupi-Pinheirinho. O prazo foi pedido numa reunião realizada na terça-feira, 24 de janeiro.
Na última sexta-feira (20), numa reunião realizada na sede da COMEC, o prefeito Hissam Hussein Dehaini (PPS) e representantes da Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC), informaram que a linha Tupi-Pinheirinho era metropolitana e, por conta disso, não poderia ser gerenciada pelo Município. “Entendemos que os valores repassados pela CMTC à Transtupi nunca deveriam ter sido feitos e, inclusive, notificamos à empresa que não mais faremos qualquer pagamento a ela e ainda solicitamos que as transferências eventualmente feitas neste ano de 2017 sejam devolvidas aos cofres da companhia”, explicou o diretor-presidente da CMTC, Samuel Almeida da Silva, na última semana.
Segundo a CMTC, a linha Tupi-Pinheirinho custa cerca de R$ 1 milhão por mês. Deste montante, R$ 300 mil é referente ao custo das passagens pagas pelos usuários e o restante, algo em torno de R$ 700 mil, sai direto dos cofres da Prefeitura para manter o itinerário. Só em 2016, o contribuinte araucariense bancou R$ 8,7 milhões em subsídios, que foram repassados à empresa Transtupi Transporte Coletivo Ltda.
Na tarde de ontem (25), O Popular conversou com o diretor-presidente da COMEC, Omar Akel, oportunidade em que afirmou que a linha Tupi-Pinheirinho será mesmo gerenciada pelo Governo do Estado. Antes, porém, a diretoria de transportes do órgão, solicitou à Transtupi, que executa o itinerário atualmente, toda a documentação referente ao contrato que mantinha com a CMTC. Estas informações teriam sido apresentadas pela empresa já no final da tarde do mesmo dia e estão sendo analisadas. “Iniciamos essas negociações todas na semana passada e isso demanda certo tempo para organizarmos, o que existe de concreto hoje é que a COMEC é a responsável pela linha e dentro de alguns dias resolveremos essas questões técnicas”, informou.
A posição da Transtupi
Sobre as mudanças, a direção da Transtupi disse que foi surpreendida com o comunicado feito pelo Município de Araucária no dia 20 de janeiro sobre a transferência da administração da linha da CMTC para a COMEC. “Em reunião realizada esta semana entre representantes da COMEC, da CMTC e da Transtupi, na sed do e órgão estadual, foi possível obter os esclarecimentos necessários, ficando definido que até a COMEC finalizar os estudos técnicos sobre a linha Tupi-Pinheirinho, a CMTC continuará respondendo pela linha, e após a finalização destes estudos, a mesma será repassada para administração da COMEC”, informou a empresa por meio de nota.
Ainda conforme a nota, “a CMTC também assumiu o compromisso de negociar as obrigações pertinentes com a Transtupi para a continuidade da prestação dos serviços de transporte até que o processo de transferência da responsabilidade sobre o Linha Metropolitana Tupi-Pinheirinho seja finalizada, bem como respeitar todos os trâmites legais internos para que o contrato firmado entre as partes seja finalizado de forma regular”, escreveram.
A nota segue com a Transtupi reafirmando seu “compromisso de seriedade e respeito com a população e seus funcionários e que continuará prestando um serviço de qualidade a seus passageiros, honrando os compromissos assumidos”.
Justiça
Sobre a reunião desta semana com representantes da Transtupi e da COMEC, a direção da CMTC informou que legalmente não vê condições de a companhia fazer qualquer tipo de pagamento à empresa que gerencia a linha Tupi-Pinheirinho, sendo que eventuais valores residuais terão que ser discutidos no âmbito judicial.
Texto: Waldiclei Barboza / Foto: everson santos