Na quarta-feira, 29 de outubro, Araucária registrou dois casos de feminicídio envolvendo violência doméstica. Nos dois episódios, as vítimas foram atacadas pelos próprios companheiros. Uma das mulheres morreu e a outra permanece hospitalizada em estado grave.

O primeiro caso ocorreu por volta das 11h, na ocupação do Israelense, no bairro Capela Velha. Regina Aparecida dos Santos, de 66 anos, foi encontrada caída no quarto da residência onde morava, com uma lesão no pescoço provocada por uma faca. Segundo as equipes que atenderam à ocorrência, o agressor seria Moacir Coral, de 55 anos, companheiro da vítima. Ele fugiu após o crime, mas foi localizado no período da tarde, na Praça Tiradentes, em Curitiba. A Polícia Militar efetuou a prisão e o conduziu à Delegacia da Mulher de Araucária, onde teve a prisão em flagrante decretada. Sua filha relatou que Regina era vítima de violência doméstica havia mais de 35 anos.

O segundo caso aconteceu por volta das 17h, na Rua Antônio Brunatto, no Costeira. Jaqueline Lopes Ferreira, de 28 anos, sofreu múltiplas facadas, supostamente desferidas por seu companheiro, Alexandre da Silva Teixeira. A agressão ocorreu dentro da residência, na presença do filho da vítima, uma criança de três anos. A Guarda Municipal encontrou o suspeito ainda no local, com as roupas sujas de sangue, e o encaminhou à Delegacia da Mulher, onde também foi autuado em flagrante. Jaqueline foi socorrida de helicóptero pelo Corpo de Bombeiros e levada ao Hospital Cajuru, onde foi internada em estado grave.

O Delegado Eduardo Kruger destacou que foram horas de intenso trabalho policial que resultou na completa elucidação dos feminicídios, com a realização do levantamento de provas nos locais dos crimes, a localização e apreensão das facas, a coleta do depoimento de 12 testemunhas e mais o interrogatório dos 2 presos.

“Ambas as vítimas sofriam ameaças e agressões há bastante tempo, mas, infelizmente, estavam envolvidas em um ciclo de violência que as desencorajaram de denunciar os agressores e de solicitar medidas protetivas, que poderiam evitar que estes crimes fossem cometidos contra elas. Por isso, sempre orientamos que familiares, amigos, vizinhos ou quaisquer pessoas que tenham conhecimento de que uma mulher está sendo vítima de violência doméstica, que façam uma denúncia, mesmo que anônima, pelo 180, pois, assim, a polícia poderá auxiliar estas vítimas e, muitas vezes, evitar que elas sejam assassinadas”, orienta o Delegado.

Em situações de violência doméstica, qualquer pessoa pode denunciar, inclusive de forma anônima. Se você está vivendo ou presenciando uma situação de agressão, ameaça, ou qualquer forma de violência contra a mulher, procure ajuda. A denúncia pode ser feita gratuitamente pelo Ligue 180, disponível 24 horas por dia, em todo o território nacional.