“A paciência já se esgotou, e agora nos unimos para cobrar uma solução definitiva, caso contrário, logo estaremos no escuro!”. A fala é de um cliente da Copel em Araucária que, revoltado, mobilizou um grupo de empresários e moradores locais para cobrar da companhia, soluções efetivas e investimentos em infraestrutura que garantam um fornecimento de energia estável e de qualidade nas áreas rurais. Segundo o empresário, as quedas de energia tem sido cada vez mais frequentes, com restabelecimentos cada vez mais demorados. E essas interrupções frequentes comprometem a produtividade, causam prejuízos financeiros e operacionais e dificultam a modernização do setor.

O grupo já participou de duas reuniões com a Copel, e na ocasião, relatos dos empresários sobre os problemas enfrentados em suas regiões, foram apesentados. Em resposta, a companhia assumiu o compromisso de solucionar os problemas de quedas e oscilações de energia e apresentou um cronograma de serviços. O grupo ainda criticou a dificuldade de comunicação com a Copel, alegando que os atendimentos por telefone são considerados excessivamente automatizados, dificultando o suporte.

Após as duas reuniões, as quedas até reduziram em algumas unidades consumidoras, no entanto, na maioria delas, o problema persiste e dessa forma o grupo aguarda o agendamento de uma terceira reunião com a Copel, onde pretende intensificar essa cobrança.

“A tensão até chega adequadamente aqui, mas qualquer acréscimo de carga na minha rede, como ligar um eletrodoméstico, provoca uma queda na tensão. Em outras palavras, a rede não suporta a demanda. Tenho notado quedas com cargas mínimas, como ao ligar o microondas”, disse o empresário. A impressão é que não estão conseguindo manter a tensão estável, e a situação permanece problemática, embora com menos quedas de energia”, alegou o empresário.

Outro empresário que faz parte do movimento comentou que através de conversas informais com moradores que enfrentam o mesmo problema, incialmente surgiu a ideia de realizar uma ação de intervenção, inclusive cogitou-se a interrupção da rodovia, com o objetivo de promover uma manifestação contra a Copel.

“Antes de concretizarmos essa ação, decidimos buscar orientações e vimos que seria prejudicial para a população, e foi a partir daí que chegamos a um consenso de buscar um diálogo direto com a Copel. A sugestão foi sentar à mesa e tentar encontrar uma solução, ouvindo as necessidades e as dificuldades dos moradores. Em princípio, a companhia se mostrou receptiva, demonstrando interesse em encontrar uma solução em vez de gerar conflitos”, afirmou.

SEM LUZ, DE NOVO!

No Campo Redondo, o problema das quedas de energia parece não ter fim. O fruticultor Neto Gayer já coleciona números de protocolos fornecidos pela Copel em chamadas de serviço, via telefone, visitas presenciais, aplicativos, etc. “Aqui na minha propriedade, ficar sem luz virou rotina. Vou engrossar o movimento dos empresários e moradores que estão passando pelo mesmo problema, na esperança de que a Copel apresente uma solução definitiva e não paliativa”, declarou.

O empresário Oilson Muller, que também mora no Campo Redondo, comentou que os moradores da região já estão desacreditados, achando que terão que conviver com as frequentes oscilações e quedas de energia. “Por aqui as quedas diminuíram, ou melhor, quando cai a energia, volta rápido. Porém, conheço muitas pessoas que estão tendo prejuízos com perdas de alimentos e outros”.

Na manhã de domingo (27), moradores da região do Campo Redondo ficaram sem luz e o restabelecimento só aconteceu na manhã de terça-feira (29). Com relação a esses desligamentos pontuais, a Copel explicou que a região teve o fornecimento de energia interrompido por quedas de árvores e outras ocorrências externas que danificaram a rede elétrica por conta do vento forte e efeitos climáticos.

Edição n.º 1476.