Preocupado com o período mais severo de estiagem dos últimos anos, o Governo do Estado decidiu criar um grupo de trabalho interinstitucional que irá propor a regulamentação de critérios para o uso racional e de reuso da água em todo o território paranaense.
Compõem o grupo profissionais do Instituto Água e Terra IAT), vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, da Sanepar e das federações das Indústrias (Fiep) e da Agricultura (Faep). A portaria 119/2020 é válida por 180 dias e foi publicada no Diário Oficial do dia 28 de abril.
A medida busca, entre outras ações, evitar desperdícios, criando condições para que a população e setores produtivos sofram o mínimo possível com o racionamento de água. A seca do Paraná já dura quase um ano, com chuvas bem abaixo da média histórica desde junho de 2019, de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
A diretora de Políticas Ambientais da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Fabiana Campos, explicou que levantamentos iniciais do Simepar apontam para o período de estiagem se estendendo até setembro. Com isso, reforçou ela, será necessário a interferência do grupo na criação de políticas públicas para o uso consciente da água.
“As projeções mostram que a seca tende a se agravar. Esse grupo irá fazer o acompanhamento e monitoramento diário em busca de tomar as decisões mais acertadas, priorizando o consumo humano e animal”, afirmou.
COVID-19
Fabiana reforçou, ainda, que a ampliação do rodízio no fornecimento de água será inevitável nas diversas regiões do Estado. A intenção, contudo, é apostar em medidas educativas, evitando punições neste primeiro momento, contando com a colaboração direta das pessoas.
Ela lembrou que, paralelamente à seca, o Paraná atravessa outra grave crise, com as atenções todas voltadas para o enfrentamento à pandemia de coronavírus. “A higienização é uma arma contra o vírus, por isso precisamos priorizar o que é essencial. Fazer com que a água chegue a todos os que precisam”, ressaltou a diretora. “Sabendo usar, não vai faltar água para ninguém”, completou.
MANANCIAL
As previsões também não são animadoras. Relatório do Simepar mostra que o volume de chuvas no Paraná ficará abaixo da média normal no período que varia de três a seis meses.
A diminuição da quantidade de água nos mananciais de abastecimento tem colocado em risco o fornecimento em algumas cidades da região Oeste, como Cascavel.
A cidade registrou em sua estação de monitoramento o acumulado de 377 milímetros de chuvas nos 120 primeiros dias de 2020. Esse é o menor volume desde 2004, quando choveu no mesmo período 337 milímetros.
Os rios que abastecem a cidade estão com seus níveis em queda de mais de 30%. Já foi necessário abrir em 40% o registro do Lago Municipal para contribuir com o aumento no volume de água do Rio Cascavel.
A Sanepar não descarta abrir esse registro em sua totalidade, assim como a possibilidade de implantação de rodízio no abastecimento. “A questão são os mananciais. Com menos água, temos de reduzir também a capacitação”, explicou Fabiana.
Confira os integrantes do Grupo de Trabalho da água
I -Instituto Água e Terra (IAT)
a) – Diretoria de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos
-Titular: José Luiz Scroccaro
-Suplente: Bruno Tonel Otsuka
b) – Gerência de Outorga
-Titular: Natasha Cecília Hessel de Góes
-Suplente: Tiago Martins Bacovis
c) – Gerência de Licenciamento
-Titular: Ivonete Coelho da Silva Chaves
-Suplente: Rossana Baldanzi
d) – Assessoria Jurídica
-Titular: Ana Paula Liberato
-Suplente: Thiago Henrique Coltro
II- Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar)
III – Federação das Indústrias do Paraná – FIEP
IV- Federação da Agricultura do Paraná – FAEP.
Texto: Agência de Notícias do Paraná
Foto: divulgação