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Quem, ao longo desta semana, ficou decepcionado com a decisão do Senado de rever a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e devolver o mandato a Aécio Neves pode até considerar que o Brasil atual segue sendo o mesmo permissivo com a corrupção do que outrora. A verdade, no entanto, não é bem essa.

Vivemos hoje num país melhor do que aquele de alguns anos atrás. E tal constatação não tem nada a ver com o fato de uma presidente ter sido apinchada do poder ou algo assim. A melhora se dá na, cada vez menor, paciência da população como um todo com esses desmandos políticos, sejam eles praticados por petistas, tucanos, peemedebistas, entre outros.

E é essa impaciência de hoje que, esperamos, irá evitar que em eleições futuras outorguemos nosso voto às mesmas pessoas, aos mesmos corruptos. A grande contribuição de operações como a Lava Jato e tantas outras deflagradas em nosso país ao longo dos últimos anos não é a prisão de dezenas de empresários, políticos, servidores públicos, entre outros, ou a mera recuperação de alguns bilhões de reais.

A grande contribuição é o exemplo que elas deixam! É sua capacidade de chocar o cidadão comum, que – enojado – com tudo isso passa sim a analisar melhor como exercitar o voto daqui pra frente. Mais do que isso: passa a discutir com seus familiares e amigos como transformar o sufrágio numa ferramenta efetiva para termos um país, um estado e uma cidade melhor.

Trazendo à terra dos briosos tinguis toda esta lição que tem nos ensinado a exposição do intestino da política, temos a nossa operação Fim de Feira, que esta semana condenou a mais de meio século de prisão um ex-prefeito. Alguns, obviamente, podem ter considerado a pena exagerada. Outros podem julgar que havia muito mais gente que precisava ser investigada e punida na seara municipal dos casos de corrupção. Todas as interpretações são válidas, mas aqui – como no Brasil – o principal ganho que a Justiça nos proporciona é mostrar a todos os políticos locais, sejam aqueles que já passaram e querem voltar, os que estão e os que virão, que Araucária já não admite que o recurso de todos vá para os bolsos de alguns poucos.

Talvez nem todos os que violaram essa gentil Tindiquera paguem pelo que fizeram, pelo menos não neste plano. Mas, com certeza, os que ainda estão tramando violentá-la (ou voltar a violentá-la) não obterão êxito. A sentença da primeira fase da operação Fim de Feira, mais do que uma mera peça processual, deve ser entendida pelos corruptos, ativos ou passivos, como a promulgação de nossa nova Lei Orgânica. E nela, há cláusulas pétreas claras no sentido de que os que pilharam ou pensam em pilhar o dinheiro público não sobreviverão!

Comentários são bem vindos em www.opopularpr.com.br. Até uma próxima!

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