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O que já se sabe sobre o caso do bebê que faleceu no ventre da mãe no HMA
Foto: Carlos Poly.

A direção da Beneficência Hospitalar Cesário Lange (BHCL), que administra o Hospital Municipal de Araucária (HMA), ainda não tem uma resposta conclusiva sobre o que teria provocado a morte de um bebê de 40 semanas de gestação, ainda no ventre da mãe, P.R.O. O caso aconteceu nesta segunda-feira, 7 de abril, e teve grande repercussão na cidade. Para esclarecer alguns pontos sobre ocorrido, o Jornal O Popular conversou com o diretor técnico do HMA, Antonio Pazzini, e também ouviu a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), mantenedora da unidade de saúde.

Segundo informações do HMA, a gestante buscou atendimento na manhã de sábado (05), sentindo algumas dores, apresentando uma leve dilatação e perda de líquido. Segundo o médico Antonio Pazzini, a paciente passou por uma avaliação, a qual confirmou que sua pressão arterial estava normal. Ela ainda teria sido submetida a uma cardiotocografia, exame que confirmou a vitalidade do feto. O colo do útero também estava normal e, em razão da pouca dilatação, não haveria indicação para internamento. “No sábado pela manhã estava tudo bem com mãe e filha, porém no sábado à noite o bebê veio a falecer, mas não é possível estabelecer uma causa sem antes aguardar o laudo do IML, já que houve o encaminhamento para necropsia. Segundo o prontuário dessa gestante, o bebê se desenvolveu normalmente durante toda a gestação, não havendo nenhum critério que levasse a uma interrupção. Inclusive no último ultrassom que ela havia feito, em 8 de fevereiro, o bebê apresentava uma idade gestacional de 30 semanas e o peso também estava dentro do percentil de normalidade”, explicou.

O médico acrescentou que casos de natimortos podem ocorrer e que nem sempre haverá uma explicação exata. “Entendemos a comoção gerada e não queremos de forma alguma minimizar o sofrimento e a dor da família. Mas reitero que todos os procedimentos para identificação da causa da morte do bebê estão sendo adotados, inclusive o hospital contratou uma neonatologista para fazer uma análise do bebê e não foi possível uma conclusão exata, por isso fizemos o encaminhamento para a necropsia, e o laudo deverá sair nos próximos dias”, completou.

Após detectada a morte do bebê, a gestante ficou durante várias horas em trabalho de parto com indução, conforme prevê o protocolo médico para esses casos, porém não houve evolução e ela precisou fazer uma cesárea na tarde de terça-feira (08). “Importante destacar que a cesárea é o último recurso nesses casos mais urgentes, isso para evitar que a gestante sofra ainda mais além da perda do bebê, tendo que passar por uma cirurgia, onde a recuperação é mais complicada. A mãe segue internada e está recebendo todos os cuidados necessários, com acompanhamento psicológico, de assistente social, entre outros”, declarou o diretor técnico.

Sobre o caso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou que está levantando os detalhes a respeito do que ocorreu em relação a esse atendimento no HMA, para que possa tomar as providências cabíveis.

O prefeito Gustavo Botogoski (PL), em declaração dada numa rede social, lamentou o ocorrido. “Desde que soubemos do ocorrido, estamos acompanhando o caso de perto. Nossa primeira preocupação foi com a saúde da mãe e seguimos atentos à situação. A Secretaria de Saúde solicitou todas as informações sobre o atendimento prestado no hospital e ainda aguardamos o envio completo dos dados para uma análise rigorosa dos fatos. Estamos tratando esse caso com responsabilidade, seriedade e total compromisso com a verdade. A situação ainda está sendo apurada com cautela e, se forem identificadas falhas ou negligência, os responsáveis serão devidamente responsabilizados”, declarou.

Edição n.º 1460.

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