Em primeiro lugar, você precisa saber que Capitalismo é um modo de produção, ou seja, é a forma como atualmente nos organizamos para produzir bens e serviços.
Aqui é importante entendermos que ao longo da história humana sempre precisamos dessas duas coisas básicas para sobreviver, bens e serviços.
Por exemplo, o serviço da cura, hoje em dia costumamos recorrer aos médicos, no passado os enfermos também recorriam a curandeiros, só que esses curandeiros trabalhavam de forma diferente e tinham outras denominações, como xamãs ou pajés, por exemplo. Todavia, lá e cá, o serviço da cura sempre foi essencial à sobrevivência do grupo.
O mesmo vale para bens como alimentos e roupas, sempre precisamos encontrar uma forma para produzi-los, em linguagem técnica, sempre precisamos de um Modo de Produção.
Acontece que nem sempre nos organizamos da mesma forma como hoje em dia para produzir esses bens e serviços. Na antiguidade Greco-Romana, quem produziu a maior parte dos bens e serviços foram os escravizados. Por isso lá o modo de produção acabou ficando conhecido como Escravismo.
Na Idade Média Ocidental e em parte da Idade Moderna o modo de produção predominante era o Feudalismo, onde os Senhores Feudais controlavam os feudos e se apropriavam de boa parte dos frutos do trabalho dos seus Servos.
O Capitalismo começou a se formar há mil anos, com o Renascimento Urbano e Comercial vivido pela Europa a partir do século XI, onde as cidades se fortaleceram com o aumento da produção de alimentos, o crescimento demográfico e o incremento na circulação de mercadorias entre o Ocidente e o Oriente.
Historicamente essas cidades ficaram conhecidas como Burgos e seus moradores como burgueses. O sentido do termo Burguesia variou muito ao longo dos séculos, no começo referia-se aos moradores dos burgos. À medida que se fortalecia, o termo Burguesia passou a se referir a um grupo intermediário, entre a nobreza e os camponeses, ligado aos negócios. É o tempo do Capitalismo Comercial.
Foram as Revoluções Burguesas e a Revolução Industrial que permitiram que a Burguesia suplantasse militarmente a Nobreza, se tornando a classe social hegemônica, dando início ao Capitalismo Industrial e aos seus consequentes desdobramentos.
Ao longo desse processo foi fundamental o papel histórico do Proletariado, formado por antigos camponeses que abandonaram o campo, por conta própria ou forçados, e que se tornaram mão-de-obra essencial nas primeiras oficinas de artesanato, depois nas manufaturas e finalmente nas indústrias. O termo Proletariado vem de Prole, e refere-se a ideia de que se trata de alguém em que a melhor coisa que tem a oferecer ao sistema são os seus filhos, a Prole.
O que diferencia a Burguesia em relação ao Proletariado é o controle do Capital, E aqui cabe uma importante diferenciação entre Dinheiro e Capital. Dinheiro é tudo o que você gasta, Capital é tudo o que você investe. É por isso que em termos contábeis quando uma empresa é aberta se fala em Capital Inicial e não em Dinheiro Inicial.
O Capital é investido nos chamados Meios de Produção, que é tudo aquilo em que se investe capital para gerar mais capital, como máquinas, equipamentos, imóveis, veículos etc.
Resumidamente podemos dizer que Capitalismo é um Modo de Produção, ou seja, a maneira como nos organizamos para produzir bens e serviços, onde as duas classes sociais fundamentais são a Burguesia e o Proletariado. Sendo que a Burguesia, por deter o controle do Capital, investe em Meios de Produção para gerar mais Capital, e o Proletariado vende sua Força de Trabalho em troca de um salário. Simples assim!.
Edição n.º 1433.