Esse é o registro do casamento de Eduardo Dudek com Vitória Furman realizado em 1951 na localidade rural de Capinzal em Araucária. Cada vez que falamos de casamentos nas áreas rurais, logo nos vem a lembrança das festas mais animadas, das melhores refeições e o clima de amizade, respeito e alegria que cada pessoa ali transmite.

Quem já teve a honra e sorte de ser convidado e/ou participar deve lembrar como era um verdadeiro e alegre ritual dos casamentos. Os presentes recebidos pelo casal já vinham chegando dias antes do casamento, amigos e parentes também, e a semana do casório era repleta de atividades. A maioria dos casamentos eram realizados no mês de maio, não somente por ser o mês das noivas, mas, porque os paióis estavam vazios, com a chegada do inverno a safra já estava comercializada e o lugar podia ser limpo e preparado tanto para as mesas das refeições como para aqueles bailes animados com música ao vivo. Aliás nesta foto a Banda pode ser vista na parte superior atrás de todos os convidados.

Casamentos como deste casal eram verdadeiramente festas, todas as refeições servidas, eram preparadas no local pela família e amigos próximos. Na semana um boi já estava separado para o churrasco, mas também havia leitão assado e galinhas recheadas, o risoto, a maionese, e outros acompanhamentos eram feitos todos em casa, ou melhor, na residência dos pais da noiva, que segundo as tradições é onde deve ocorrer a festa.

As festas geralmente duravam três dias, primeiro o dia do preparo das refeições, da limpeza e decoração da casa e do salão, da arrumação das flores, abastecimento de bebidas, local de assar churrascos, de decorar os bolos, segundo o dia do casamento, da cerimônia religiosa, do cortejo de veículo dos convidados, e o retorno para a festa.

Após sair da igreja os noivos retornavam para a casa e quando faltava mais ou menos um quilômetro, eram feitos foguetório que além de ser uma saudação servia de aviso aos churrasqueiros para colocarem a carne na grelha, quando o casal e os convidados chegavam a refeição já estava pronta, e a festa corria durante a noite inteira, daí além das comidas que não param de chegar nas mesas, que já foram afastadas, começa o mais animado baile, com os músicos que já estão presentes, e as comemorações atravessam a noite, o terceiro dia é o repique, e, para quem não conhece, não faz ideia como é bom, pois todo banquete é repetido com a mesma alegria, empolgação e respeito que sempre marca esse tipo de festa nas Colônias, onde famílias e amigos se unem na mesma felicidade.

O casal Eduardo e Vitória Dudek, tiveram suas vidas pautadas em amor, respeito e trabalho. Ela Dona de Casa, ela Funcionário Público Municipal foi um dos servidores que receberam uma das placas comemorativas em 1980 através do então Prefeito da época engenheiro Rizio Wachowicz na comemoração dos 90 anos de Emancipação Política de Araucária.

Atualmente ambos são de saudosas memórias, foi um casal exemplar que veio de uma das áreas rurais de nossa cidade e residiram por suas vidas no Centro. Formaram uma linda família, filhos que assim como eles, são trabalhadores e respeitosos, conhecidos e estimados em Araucária, e que com certeza lembram sempre de seus pais, com saudades, amor e respeito. São pessoas como essas que fazem melhor parte da história de Araucária.

Texto de responsabilidade de TEREZINHA DE S.
POLY – Administradora da Página Araucária uma Cidade uma Saudade do Facebook. Foto do acervo
do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Edição n.º 1486.