A briga pela liderança do campeonato de Veteranos continua acirrada. Afinal, o Treze está logo atrás do inheiros e promete aproveitar todas as oportunidades para chegar à cobiçada posição. Neste fim de semana, por exemplo, o time venceu seu adversário Fran em uma partida agitada no Centro Esportivo do Costeira e, por um momento, esteve à frente na classificação.
De acordo com Sebastião Soczek, essa partida aconteceu na tarde de sábado e mostrou muito equilíbrio. “Cada um foi fazendo seus gols, e só depois o Treze virou, levando a melhor com gols do Beirinha, Ted Nelson e Anadir”, conta.
Com o resultado, o Treze sentiu o gostinho do 1º lugar e dependia do resultado do atual líder para garantir a ultrapassagem. “Inclusive, o Pinheiros começou perdendo, e o São Paulo conseguiu segurar bastante e quase desbancar o líder”, recorda. No entanto, o adversário empatou e ainda conseguiu virar o resultado da partida para 2×1. “Com certeza, esse foi o jogo mais difícil que ele enfrentou na competição deste ano”, garante Sebastião.
Além dessa partida que manteve a liderança do Pinheiros no torneio, os torcedores também acompanharam o confronto entre o vice-campeão da Segundona, Industrial, e o time de Contenda. “Começou 4×0 para o Industrial, até que o Vagner entrou pra fazer o time vizinho reagir e marcar três. Foi um jogo bem disputado. Pena que teve cartão vermelho do Claudinei, que fez três gols, mas ficou nervoso e foi expulso”, lamenta.
Mesmo assim, o Industrial conquistou sua segunda vitória na competição e promete chegar às cabeças nas próximas semanas. Por isso, Sebastião convida toda a comunidade para acompanhar os jogos e ver o que vai acontecer.
Há 27 anos em Araucária, o Campeonato de Veteranos do Costeira tem muita história para contar e muitos destaques para apresentar. Um deles é o senhor João Cordeiro, de 56 anos. Conhecido como Pardal, o jogador participa da competição desde sua 1ª edição e garante que o que o sustenta no futebol são as amizades que fez ali.
Como você começou a jogar futebol? Iniciei em uma equipe de guris em um campo chamado Banhadinho, que ficava próximo à antiga Escola Archelau. Ali eu jogava com o Arthur Angelo Torres, o Moreira, Baiano, Osmário Formigão, Edson Ribeiro, Erotides e o Nene Ribeiro.
Em que times você já passou? Meu primeiro time uniformizado foi o extinto Jardim Iguaçu. Depois, aconteceu uma fusão com o Araucária, e o resultado foi a equipe Estrela, pela qual eu disputei o 1º campeonato da Liga de Araucária na Primeira Divisão como aspirante. Depois, voltamos a ter o time Jardim Iguaçu, só que sem nosso campo porque ele virou loteamento, em 1977. Aí, pra não ficarmos sem futebol, nos juntamos com o pessoal do Campina da Barra na pessoa do Miguel de Souza, e o clube foi chamado de União Campinense.
Como você ingressou no Campeonato de Veteranos? Em 1979, o falecido senhor Soczek, pai do Sebastião, deu o terreno para a construção do campo do Costeira, e o União Campinense se tornou o atual Costeira Futebol Clube. Só que o Veteranos só foi começar em 1989 e, como eu fazia parte da organização dos torneios, participei desde a primeira edição.
Você participou nas 27 edições? Infelizmente, não. Dos 27 campeonatos promovidos pelo Tião, eu participei em 26 porque uma equipe em que eu joguei acabou desistindo no meio do torneio e foi suspensa no outro ano por causa disso. Mas não foi minha escolha ficar fora dos jogos.
Um momento marcante no torneio: Eu senti muito e fiquei até uma semana sem falar com ninguém quando fui expulso ao jogar pelo Betânia em uma semifinal por levar o pé e a mão na bola. Essa foi a única suspensão que tive em 40 anos de futebol. E outro fato marcante que passamos foi a perda de um sobrinho chamado Maciel em novembro de 2000. Ele foi um dos melhores goleiros que Araucária já teve.
Quer agradecer alguém? Quero agradecer os times que eu joguei e citei acima, e também o São Paulo, Tindiquera, Bela Vista, Araucária Futebol Clube, o extinto Guajuvirense e Grêmio Agipe. Também quero agradecer aos dirigentes, jogadores e torcedores de todas essas equipes e especialmente ao meu irmão Paulo, que me lançou no Jardim Iguaçu, e ao Tião Soczek por manter a praça esportiva até hoje, pois isso anima os finais de semana no bairro Costeira e região.
Texto: Raquel Derevecki / FOTOS: Everson Santos