Moradores da área rural de Araucária estão intrigados com o surgimento repentino de cágados nos tanques das suas propriedades. Os cágados são répteis da família dos quelônios (tartarugas, jabutis e cágados). A principal diferença entre estas espécies é que as tartarugas são animais aquáticos, que saem da água para desovar e tomar sol; os jabutis são animais terrestres, que nadam pequenas distâncias; e os cágados são animais semiaquáticos, que ficam em terra para descansar e, como as tartarugas, também gostam de tomar sol.
A Secretaria Municipal de Saúde explica que o aparecimento desses cágados na área rural se justifica pela época de reprodução, quando a espécie costuma procurar áreas úmidas. “Aqui em Araucária nós temos os tigres d’água exóticos, que são aquelas tartarugas que as pessoas compram para ter como pet exótico.
Acontece que depois elas desistem de cuidar desse pet ou ele foge e acaba indo para a natureza, causando um impacto ambiental, porque competem em alimento com as espécies nativas. As tartarugas nativas são aquelas provenientes dos rios da cidade. Dependendo da espécie – nativa ou exótica, há um manejo correto que deve ser feito”, explica o veterinário Gustavo Warich.
Nativa ou exótica?
De acordo com Gustavo, na região as espécies mais comuns de tartarugas são: o cágado-pescoço-de-cobra (Hydromedusa tectifera) e a tartaruga-tigre-d’água (Trachemys dorbigni), que são nativos. Além do cágado-da-orelha-vermelha (Trachemys scripta), que é exótico, ou seja, foi inserido na região, mas seu local de origem é a América do Norte.
“O pescoço-de-cobra e o tigre-d’água, por serem naturais da nossa biodiversidade, devem ser removidos apenas se estiverem sob risco de vida, já o orelha-vermelha, por conta do seu impacto ambiental, sendo um animal exótico, poderá ser entregue a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para que promova a destinação correta. Os três animais se distinguem entre si por algumas características em seu corpo, porém podem confundir”, ilustra.
Diante dessa dificuldade na identificação, a orientação da SMMA é que, caso o morador se depare com uma tartaruga, que entre em contato pelo fone 3614-7483 para que a equipe técnica realize a identificação e sejam tomadas as devidas providências.
Edição n.º 1445.