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Amor a primeira vista - Araucária é uma cidade com coração de mãe que acolhe todos que aqui vem morar

Uns gostam do clima, outros gostam dos parques, têm aqueles que adoram a gastronomia e a cultura polonesa, mas tem quem gosta de tudo isso junto. Araucária é aquela cidade que oferece opções para todos, para quem gosta de tranquilidade ou de agito, para quem aprecia uma culinária tradicional ou prefere comida de boteco ou para aqueles que buscam fugir do reboliço das grandes cidades, levando um ritmo de vida mais tranquilo.

Assim é Araucária, uma cidade para se viver e trabalhar, uma cidade que acolhe, inspira e abraça todo mundo que aqui chega. Nesta reportagem, você vai conhecer histórias de famílias, vindas de outras cidades do Paraná e de outros estados, que vieram para o Município em busca de uma oportunidade de trabalho, aqui se fixaram e prosperaram.

São famílias que “adotaram” Araucária e hoje declaram todo seu amor pela cidade que os acolheu de braços abertos.

O que será que Araucária tem que Aracaju não tem?

A história da família do Edicleberson Santana, que mora no bairro Tindiquera, é movida por sonhos. Em 2013 ele saiu da sua terra natal, Aracaju (capital de Sergipe), e desembarcou em Araucária para uma oportunidade de emprego. Foi amor à primeira vista! Edicleberson gostou tanto da cidade que não demorou muito para trazer também a esposa Edilma Silva do Espírito Santo e a filha do casal Edany do Carmo Silva Santana.

Amor à primeira vista!: Araucária é uma cidade com “coração de mãe”, que acolhe todos que aqui vem morar!
Foto: Raquel Kriger de Paiva. Edilma Silva do Espírito Santo, esposa de Edicleberson, Edany do Carmos, filha do casal e Edicleberson.

“Não conhecia Araucária, vim com muitas expectativas para trabalhar dentro da área da Repar. Tão logo cheguei, gostei muito da cidade e do clima daqui. Fui muito bem recebido por todos. Aqui encontrei muitas oportunidades e quis ficar. Eu e minha família adotamos a cidade como nossa, porque na verdade, até os nomes Aracaju e Araucária são parecidos”, brinca.

Hoje muito familiarizados com a cidade, Edicleberson e Edilma estão engajados em um importante projeto social dentro da comunidade. “Eu e minha esposa atuamos como educadores. No meu caso, levo conhecimento de capoeira, samba de roda e estudos sobre a cultura afro para as crianças, proporcionando a elas diversas atividades lúdicas e recreativas, e a Edilma me ajuda nesse trabalho. Também sou aluno do Centro de Treinamento Capoeira Show, do contramestre Canarinho, e tudo que aprendo procuro dividir com as crianças”, comentou.

Edicleberson diz que “está em casa” e só pretende voltar à sua terra para visitar familiares e amigos que deixou lá em Aracaju. “Araucária, hoje minha morada, me acolheu de braços abertos, e espero que continue sendo uma cidade acolhedora e empreendedora, tornando a vida de quem a conhece muito melhor”.

Diretamente da Bahia, família ganhou um lar para chamar de seu

Uma distância de quase dois mil quilômetros de distância separa a terra natal da Valdirene Nunes Lopes com a cidade que sua família escolheu para chamar de sua. Ao lado do esposo Carlos Jorge de Oliveira e de um casal de filhos, eles vieram de Barra do Choça, na Bahia, em 2016, para visitar parentes em Araucária. “Era pra ser apenas uma visita de família, mas assim que chegamos em Araucária nos apaixonamos pela cidade. Hoje sou professora na cidade, dou aula para os anos iniciais e meu marido trabalha com suporte tecnológico. Estamos muito felizes em viver aqui”, diz a professora.

Amor à primeira vista!: Araucária é uma cidade com “coração de mãe”, que acolhe todos que aqui vem morar!
Foto: Raquel Kriger de Paiva. Valdirene Lopes e seus filhos.

Apesar da alegria de vir morar no Paraná, Valdirene conta que na chegada nem tudo foram “flores”, devido ao choque cultural. “Estávamos acostumados com a simpatia contagiante dos baianos, que tem o sorriso no DNA, e no geral são muito hospitaleiros. Percebemos uma grande diferença porque aqui, no Sul o povo é mais fechado, não gosta de muitas amizades. Mas isso foi só na chegada, logo nos familiarizamos e nos sentimos acolhidos”, declarou.

Hoje a família da Valdirene é participativa na comunidade, faz parte das pastorais da sua paróquia e da Bahia só carrega saudades. “Não sei dizer se adotamos Araucária ou se foi Araucária que nos adotou. Hoje abençoamos essa cidade maravilhosa e temos orgulho de poder dizer que aqui é nosso lar”.

Família Rodrigues conta como prosperou em Araucária, a cidade que a acolheu

No ano de 1989 Araucária recebia uma família humilde, que 34 anos depois, viria a se tornar uma das mais conhecidas e bem sucedidas da cidade. De Assis Chateaubriand, no interior do Paraná, os Rodrigues vieram para o Município arriscar a vida vendendo doces, incentivados pelo tio que morava em Curitiba e era doceiro e também apoiados pela irmã, que já vivia em Araucária. Renaldo e o irmão Ozório foram os primeiros a chegar, e após pouco mais de um ano, trouxeram os pais e todo o restante da família. 

“Nossa vida em Assis era difícil, meu falecido pai trabalhava de empregado na lavoura. Depois ele foi trabalhar na Sanepar, mas como éramos em sete irmãos, tive que trabalhar como boia-fria para ajudar no sustento da família. Éramos semianalfabetos. Minha mãe era dona de casa. Vivi minha infância e adolescência em Assis, e apesar de não ter nascido lá, sempre digo que é minha cidade natal. Cheguei em Araucária com 21 anos e não conhecia nada sobre a cidade, sobre seus costumes. Meu tio me incentivou a vir para Curitiba vender doces, porque na época ele ganhava um bom dinheiro fazendo isso. Era um sonho arriscado, estava disposto a fazer algo que não tinha certeza se iria dar certo ou não”, relata Renaldo.

Amor à primeira vista!: Araucária é uma cidade com “coração de mãe”, que acolhe todos que aqui vem morar!
Foto: Raquel Kriger de Paiva. Família Rodrigues reunida.

O empresário conta que a família Rodrigues foi muito bem acolhida em Araucária e lembra como se fosse hoje do dia em que chegou no Jardim Califórnia e foi recepcionado pela irmã. Logo depois a família se mudou para o Jardim Ipês, onde morou por muitos anos, até começarem a abrir lojas. “Eu tinha o sonho de vender doces, estava decidido que viria para cá, mas não tinha onde ficar e minha irmã nos acolheu na casa dela. Dividimos o espaço da casa dela com as caixas de doces e saíamos vender, como ambulantes. Foi assim o início de tudo. Araucária na época tinha bem menos habitantes e era uma cidade com características de interior.  Lá no Jardim Califórnia era tudo terra, não tinha asfalto. Vim do interior na verdade para morar em Curitiba, mas percebi que a adaptação seria muito mais difícil, por ser capital, cidade grande, e a gente era bicho do mato.

Os anos foram se passando e a família Rodrigues transformou os problemas em desafios para seguir em frente. Quando hoje perguntam aos seus integrantes se eles têm orgulho de viver em Araucária, não hesitam em responder: “Araucária é minha cidade, tudo que a gente tem foi esta cidade que nos proporcionou. Fomos super bem acolhidos na época e até hoje temos um elo de amizade muito bacana. Araucária sempre teve um povo muito acolhedor, muito hospitaleiro. Araucária foi tudo pra mim. Olhar para trás e ver toda essa trajetória, chegar onde a gente chegou, só temos a agradecer. Acho que a palavra que resume tudo isso é gratidão”, disse Renaldo, com a voz embargada pela emoção.

De ambulantes a empresários

Os irmãos Renaldo e Ozório chegaram em Araucária em uma Belina ano 75, carro que usavam para fazer a revenda dos doces. “Lembro que fui em uma distribuidora de Curitiba, comprei alguns doces com todo dinheiro que eu tinha e quando saí de lá, sabia que se furasse um pneu da Belina eu não teria um centavo no bolso. Isso sem contar as tantas perguntas que tomavam conta da minha cabeça: Onde vender os doces? Por onde começar? Não tinha um planejamento, então veio a ideia de começar por uma cidade menor, com mais facilidade de locomoção, e assim viemos vender doces em Araucária e também em Contenda e na Lapa. Só tínhamos a Belina e meu irmão vendia doce na Lapa de bicicleta. Ia de ônibus até a rodoviária de lá, ele sempre deixava a bicicleta guardada em algum cliente e depois a pegava para sair pela cidade e tirar os pedidos”, recorda Renaldo.

Hoje a família Rodrigues comanda dois segmentos empresariais: possuem cinco lojas físicas que vendem para o consumidor final e também para o comerciante, além das divisões de atacado, com vendedores que vão até os comércios tirar os pedidos. A empresa faz entregas para clientes de Contenda, Lapa, Fazenda Rio Grande, Campo Largo e Curitiba.

Com os negócios prosperando, a família Rodrigues planeja expandir, com a abertura de novas lojas do segmento. “Queremos abrir uma loja em Curitiba, até porque a nossa primeira loja foi lá, na Cidade Industrial, mas não deu certo. Depois fomos para o Sítio Cercado e também não deu certo. Não tínhamos conhecimento nenhum para fazermos pesquisa de mercado, era tudo muito por intuição. De tanto quebrarmos a cabeça, finalmente abrimos nossa primeira loja em Araucária, e deu certo”, recorda o empresário.

Segundo ele, uma forma de retribuir tudo que a cidade fez pela família Rodrigues é crescer junto, gerar renda e dar oportunidade de emprego para seus moradores. “Temos planos de expansão e primeiramente pensamos na nossa cidade, queremos fazer algo aqui. Sonhamos com uma cidade sempre melhor, esse é o nosso desejo. Araucária é um gigante adormecido, está evoluindo e acredito que daqui pra frente tem que crescer ainda mais e se tornar uma cidade modelo, seja na indústria, no comércio ou no agronegócio, porque tem um potencial enorme. Desejo, do fundo do meu coração, é que a cidade cresça, que a cidade se desenvolva cada vez mais, e ao mesmo tempo que a cidade seja cada vez mais humana, mais hospitaleira”.

Família Schwingel conquistou a confiança e o respeito dos araucarienses

Há 40 anos chegava em Araucária a família Schwingel. Seu Pedro, a esposa Arlene e o filho Rafael, na época com 5 anos, vieram de Marechal Cândido Rondon, no interior do Paraná, para morar em Curitiba. Lá ficaram por 8 meses, até um amigo do empresário lhe falar sobre uma cidade vizinha que se chamava Araucária, onde havia uma loja de autopeças para vender. “Meu sonho era abrir uma loja desse ramo e então decidi conhecer. Gostamos da cidade, iniciamos o ‘namoro’ e decidimos nos mudar pra cá. Na verdade, eu era funcionário de uma concessionária em Marechal Cândido Rondon e quando saí de lá, em 1983, meu plano era vir para Curitiba, mas o destino quis diferente. Quando cheguei, não conhecia absolutamente nada sobre a cidade. Felizmente deu tudo certo e hoje estamos enraizados de uma maneira que não tem como fugir mais daqui”, destacou seu Pedro.

Amor à primeira vista!: Araucária é uma cidade com “coração de mãe”, que acolhe todos que aqui vem morar!
Foto: Raquel Kriger de Paiva. Seu Pedro, a esposa Arlene e o filho Rafael.

Ele conta que há 40 anos, quando chegou no Município, teve que lidar com a desconfiança dos poloneses, até conseguir conquistá-los. “Demorou um período até conseguirmos entrar para a sociedade araucariense. No começo, qualquer coisa que tentávamos vender, eles duvidavam da gente, mas aos poucos fomos conquistando nossos clientes. Saliento que quando chegamos, havia muitas pessoas de fora, que vieram trabalhar na refinaria (Repar), e entre elas, algumas mal intencionadas. Então era natural que existisse certa desconfiança da população com quem chegava na cidade. Isso exigiu muito desempenho da nossa parte em ganhar a confiança dos moradores. Depois que os conquistamos, percebemos que o povo polonês é ótimo. Claro que nessa conquista contou o fato de chegarmos na cidade com o propósito de fazer sempre as coisas certas”, relembra o empresário.  

Hoje, orgulho é a palavra que define o sentimento da família Schwingel para com a cidade que a acolheu. “Hoje eu brigo pela cidade, digo que adotamos Araucária, investimos aqui e também lutamos pelo sucesso da cidade. Como viemos do interior, já estávamos acostumados a abraçar as causas e lutar pela cidade e aqui não foi diferente. Me engajei tanto no comércio que cheguei a presidir a Associação Comercial (ACIAA) entre 2001 e 2002. Só tenho a desejar o melhor para a cidade que escolhi para viver. Confesso que ainda tenho vontade de voltar pra minha terra natal, porque sei que a cidade também evoluiu, mas aprendi a gostar de Araucária e é aqui que estou empreendendo e é aqui que invisto”.

O empresário Pedro Schwingel batizou sua empresa como Auto Peças Araucária’s, em homenagem à cidade que o acolheu.

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